Thursday 31 January 2008

Cortesia ao volante: A um passo da felicidade

Todos nós gostamos de quando um carro abranda para nos dar passagem. Com um breve aceno ou um ligar fugídio dos quatro piscas, agradecemos a essa alma que permanecerá no anonimato para todo o sempre. Nunca mais teremos chance de um dia o convidarmos para um café, e dizer : "Obrigadinho por me ter deixado passar naquele dia".

Mas os ganhos sociais são imensos. Por momentos, interrompemos os nossos pensamentos para , subliminarmente concluirmos que a esperança e as coisas boas ainda existem. Que nem tudo está assim tão mau. Que por breves nanosegundos, encontrámos uma alma que esteve em sintonia com as nossas dificuldades e fez algo para mudar isso.

Por outro lado, a pessoa que deixa passar, não espera por esse tal cafézinho, embora secretamente o anseie se por acaso o carro que deixou passar foi um descapotável com uma loura ao volante. Fica apenas com a boa sensação de que , como pessoa, é capaz de proporcionar bem estar.

Isto pode parecer filosofia ensaísta inconsequente, mas se pensarmos que passamos uma importante parte do dia ao volante, e se multiplicarmos isto por um sem número de oportunidades em que podemos escolher o nosso comportamento, se calhar interessava pensar um bocado acerca do que é que podemos ganhar em sermos cortêses ao volante.

O aceno vigoroso seguido de um acender de máximos de um camião da TIR que lutava por inverter a marcha numa rua movimentada, graças a termos parado e bloqueado o transito nessa faixa, são um bálsamo poderosíssimo que podemos guardar durante todo o dia. O melhor reconhecimento que podemos ter, é sabermos que fizemos algo de útil para outrém.

Receio que estas palavras ecoem na cabeça algo perturbada de, por exemplo, um proprietário de BMW. Os proprietários de BMW, são por definição indivíduos egocêntricos que na incapacidade de se destacarem pelos seus actos, tentam fazê-lo exibindo aparelhos de lata e plástico futurísta estupidamente caros fabricados na Alemanha com componentes indianos.

O proprietário de BMW e afins (PBMWA), só precisa de uma mão para guiar, porque a outra está permanentemente ao télemovel. O PBMWA, pensa que o respeito é unilateral e convergente á sua pessoa. Como se respeito e poder se pudesse comprar na Baviera. O PBMWA, enerva-se solenemente por o progresso andar a passo de caracol, e ainda não ser possível guiar sem olhar para a estrada, e o carro não travar sozinho.

O PBMWA, quando atropela uma criança ou um idoso, por circular a cento e quarenta pelo meio de Campo de Ourique, ainda demora uns minutos para sair do carro, pois está a terminar uma chamada. O PBMWA, enerva-se solenemente por toda a gente utilizar a via pública, especialmente camioes, pessoas , bicicletas, autocarros, e motos. E carros mais baratos. Basicamente, o PBMWA julga que a soma astronómica de dinheiro com que foi roubado a sangue-frio, quando adquiriu o automóvel, lhe dá plenos poderes e direito de aquisição sobre todas as faixas da esquerda em Portugal. Garante que isso deve estar escrito em algum lugar dos papeis que lhe deram no stand...

Todos nós , quando não somos corteses ao volante, somos como os PBMWA: Uns frustrados malcriados egocêntricos e perigosos que nunca hão-de ter paz de espírito. Dormem com o "Blutute" na orelha, e tudo. Não tomam banho, porque isso os faz perder tempo.

Os ganhos estrondosos em termos de bem-estar e de sentirmo-nos realmente como parte de uma sociedade que procura um amanhã melhor, tem de ser experimentados, para serem percebidos. Amanhã, quando vir aquele Corsa velhinho a tentar sair da praceta, ou um puto a tentar atravessar a estrada para ir para a escola, dê-lhe uma hipotese! Verá que o seu dia vai correr lindamente...

Se vir um BMW, ignore e acelere! Ele faria o mesmo! Deixe -o lá ficar a enervar-se mais um bocadinho.

( Dedicado ao estúpido que em 02 de Agosto de 2007, por volta das dez da manhã, se despistou em Campo de Ourique ao volante de um Série 3 preto , enquanto atendia uma "chamada importante", atropelou duas pessoas, e destruiu uns carros estacionados...)

Comendo triângulos

Esta é uma homenagem a uns certos utilizadores da estrada algo incompreendidos e quase sempre esquecidos...



O dia começa quase sempre muito antes de toda a gente. Dia após dia, os motoristas profissionais são largados em "território inimigo " a contra-relógio, tripulando aparelhos com largas centenas de milhar de quilómetros e feridas de "guerra" na carroçaria.

Dia após dia, estes veículos não conhecem o significado de circular prudentemente, pois algures, alguém está á espera de algo, urgentemente. Sejam medicamentos, fruta, assistência , ou peças. As mudanças de velocidade assemelham-se a bastões brandidos pela Polícia numa manifestação, com movimentos repentinos e brutais. Há que conseguir colocar -nos antes do AX guiado pelo idoso, para poder chegar ao outro cruzamento antes que o sinal feche.

Como mesa de escritório, um empoeirado tablier marcado com pegadas dos ajudantes de motorista, aprendizes de palavreado foleiro de um qualquer Fernando Rocha, e jornais velhos comprimidos entre o pára-brisas. O rádio, a debitar uma estação qualquer ao calhas, daquelas que passa a mesma música de dez em dez minutos, perde sinal no túnel das Amoreiras. Para ressuscitar de novo frente ao Marquês, com um cantarolar piroso da Romana.

Estes veículos não têm conta-rotações, porque seria demasiado doloroso assistir ao destruir sistemático da mecânica. Mesmo jovens furgões de matricula actualizada, qual meretriz tailandesa, apresentam já marcas indeléveis de abuso e brutalidade por todo o corpo.

Reféns de horários apertados e rídiculos, os motoristas profissionais desdobram-se em proezas perigosas sustentadas por estúpida e inexplicavelmente potentes e velozes furgões. Ninguém consegue "competir" com um desses novos macro-furgões , esses gigantes brancos propulsionados por nitroglicerina que são as Sprinters, numa auto-estrada. A Brigada de trânsito deveria de adquirir Sprinters, em vez dos "lentos" Impreza...

O motorista é uma pessoa sozinha e solitária. Muitas das vezes, nem parar pode, devido aos horários, e engole em andamento um desses triângulos a que ternamente chamam de sandes, das áreas de serviço, regada por um refrigerante qualquer, e umas batatas , que se acabam sempre por espalhar no banco do pendura. Chamadas da Natureza, são resolvidas com recurso a expedientes pouco narráveis , em fracções de segundo, pois pode aparecer alguém.

O telemóvel, esse monstro doentio que sequestra a nossa paz, toca de cinco em cinco minutos, apesar de quem telefona saber que é proibido atender em andamento. Mas tudo é mais importante do que a Lei, desde alfaces a discos de embraiagem para entregar em Loures. Por isso, o motorista entra na era da ficção científica adquirindo um desses auriculares pirosos que "enche" a orelha toda com cromados e luzinhas, a que chamam de "Blutute". Genuínamente, pensa que a sua imagem e Sex-appeal saem melhorados por pendurar aquela parvoíce na orelha.

Em manobras capazes de fazer Fernando Allonso deitar as mãos à cabeça, embates violentos são evitados no último segundo, seguidos de um insistente espasmo muscular sobre a buzina, acompanhado por adjectivos pouco sociais gritados pela janela, ou por movimentos utilizando os dedos. E a rádio interrompe a Monica Sintra para dar as notícias, de que os impostos vão subir, e o poder de compra baixar. Entretanto as embalagens vazias dos triângulos, são atiradas para o chão lado do pendura.

No final do dia, há que esquecer a celebração de ter escapado ileso, e procurar desafiar o trânsito de hora de ponta, para finalmente voltar a casa. Cedo, bem cedinho, o motorista profissional terá de pegar no seu Spitfire urbano, e ir combater uma batalha que lhe permita conquistar um mundo melhor .

Monday 28 January 2008

O amor-ódio aos carochas

Não tenho nada a provar a ninguém em matéria de "Carochismo". Neste preciso momento, encerrados num local secreto em Portugal, tenho seis unidades desta "religião" á espera , ora de serem trazidos para Inglaterra, ora de serem "um dia" restaurados em Portugal...ou mesmo de me dar na telha e "despachá-los!"...

Fora as DEZENAS de outros que desmanchei para tirar peças, e as CENTENAS de outros que me passaram pelas mãos. Construí uma das vespas mais potentes do Mundo com um motor 1600, e recuperei uma pão de forma do estado de sucata,durante oito anos, que chegou a figurar no salão de vendas da RTM Alfragide no cinquentenário da Transporter em Portugal.

Andei anos e anos por encontros de Carochas, e conheço a fina flor da malta ligada ao meio.E por azar, eles conhecem-me todos a mim, por isso, tenho que "jogar" um pouco com as palavras aqui, se não se importarem.

Devo portanto, perceber uma coisinha ou outra sobre o assunto. O problema dos carochas, é que se fabricaram demasiados. Existem mais carochas que Fiats Uno e Citroen AX. Mas isso é mau. É mau, porque ao contrário dos AX, os carochas foram fabricados há mais de trinta anos. E isso na cabeça das pessoas torna-o num carro "antigo"...e dispendioso!

Como é um carro "antigo" e "dispendioso", os "organizadores" de encontros de carochas, acharam por bem subir em flecha as inscrições dos encontros, pensando que isso de "carro do povo", era uma historia da carochinha. Afinal o Golf e o Passat são caríssimos, porque razão não haveria o Carocha ser carro de "ricos"? Toca a gamar!

Como foi um carro muito fabricado, muitos modelos acabaram por cair nas mãos não de entusiastas, mas nas mãos de "papa-revistas", que acham "giro" ter um carocha. E por vezes estes "papa-revistas" tem a idéia de "organizar um encontro" de Carochas.

Como é que estes tenrinhos organizam um encontro de carochas? a) mandar um mailing a informar do local do encontro. b) subir, sem razão aparente, o preço das inscrições em relação ao ano passado em cerca de dez Euros. c) vestir uns coletes a dizer "organização " e ensacar a massa. Como o "carro do povo", continua em muitos casos a ser do povo, só os "Eng" e "Dr"conseguem pagar as inscrições dos encontros...e os doentes crónicos como eu, que deixam de comer para lá estar.

Só que chego lá, e encontro personagens a discutir quantos milhares gastarm na recuperação do carro, e nem uma pinga de "carochismo" como antigamente na Nazaré, ou em Loures. Apenas boçalidade novo-riquista.Um "fanático" desta organização lisboeta, decidiu mesmo desprezar numa conversa "estes carochas normais que há para aí ao pontape" apontando com desdém para um vermelhinho mal pintado, comparando-o com um VW 181 verde de um "Dr"...

Para esta malta, carochas significa apenas engraxar doutoures e engenheiros acerca dos seus exclusivos e dispendiosos Karmann e Cabriolets, para que eles continuem a vir aos encontros "largar" umas massas valentes. O carocha do entusiasta que fez um esforço para estar ali, vê-se subitamente orfão .Vê tudo entregue aos bichos. Esta malta imberbe não percebe o que custa manter em funcionamento um carro destes.

Mas este mal não é só dos carochas. Circula por toda a cena dos clássicos em Portugal. Tens um Mini, és de uma categoria "inferior". Tens um Jaguar? Ah, então já és um "coleccionador"...

Por isso, olho para a minha colecção de 1250 miniaturas de VW, e pergunto se não será melhor dar isto aos putos para eles partirem. Não me sinto muito confortável ter como paixão um carro eleito como preferido por boçais e oportunistas. Digam-me lá sinceramente se já viram algum New Beetle sem ser nas unhas de uma fulana privilegiada e loura?

Venham ver um encontro em Inglaterra! Gratuito, á sombrinha, com um picnic em que a malta trás de casa um farnel e estende a toalha atrás de um Rolls Royce, conversando com um amigo de um Minor ou de um Standard. Ou melhor, fazendo amigos.Sem elitismos. Sem peneiras. Sem senhor doutor para aqui, senhor engenheiro para acolá. Sem " O meu carro custou tanto, e gastei tanto".

Com cada um a trazer o que de melhor conseguiu arranjar, o seu modesto clássico. Para que todos o possam apreciar. E depois adormecer ao fresquinho ouvindo a banda Jazz do clube dos Ford Escort...

Mas quem sou eu para estar aqui a falar sobre carros?

Não! Não estou aqui a escrever sobre automóveis porque tenho um Saxo com um ailleron na traseira, nem porque costumo babar-me para cima das revistas que falam de cilindradas e potências como quem barra um pão com manteiga.

Nem tampouco porque desejo ser politicamente correcto, e dizer aquilo que toda a gente já está acostumada a ouvir . Pérolas do tipo : " Com a qualidade habitual no grupo Volkswagen" ( Rir), ou " Os acabamentos neste modelo revelam a extremo cuidado posto na construção..."

Não. Nada disso. Se era isso que esperavam, podem continuar a ir á área de serviço comprar aquelas revistas decalcadas de números internacionais, traduzidas á pressão para agradar o " Manuel do Civic", e os putos do bairro que sonham com a Vasco da Gama...Não estou aqui pra agradar ninguém, nem colocar o meu pensamento a soldo de nenhum interesse.

Eu trabalho em automóveis, desde praticamente que me conheço. Comecei a aprender os nomes dos modelos e das peças, mesmo antes de ir para a primária. Quando entrei no primeiro dia de aulas, já sabia ler perfeitamente a " Auto Mundo".

Para fugir ao flagelo da droga, que clamou muitas vidas também na Margem Sul, o meu pai colocou-me a aprender o ofício na oficina do "Du", e do "Espanhol" De maneira que , com doze anos, comecei a lavar peças da maioria dos carros que agora são considerados clássicos. E a guiá-los, também, até ao dia em que a Policia me veio escoltar com o seu Peugeot 404 carro-patrulha até ao portão do "Espanhol" ..." Ó chefe! não deixe o puto conduzir! "

Após duas décadas de Bombeiros , especialista da Força Aérea, mecânico de marca e como técnico do ACP , achei melhor pegar no meu curso e vir para Inglaterra lidar com automóveis clássicos, porque em Portugal, só podia ir ao Estoril se fosse filho de alguém conhecido. Em Portugal, restava-me umas provas de AX e Ford Fiesta, e mesmo assim lá estava o Securitas no túnel a perguntar se eu tinha credencial...

Mal cheguei a Inglaterra, o meu novo patrão diz-me com um ar preocupado que tem de me manda um mês para Chichester, no sul de Inglaterra para tirar um curso na Rolls-Royce! Que maçada!...Aqui estava eu perdido em Inglaterra , o pais do automóvel clássico, com 1001 autódromos e pistas de aviação desactivadas, abertas ao público de um modo fraterno. Silverstone, Oulton park,Goodwood, Donington e Anglesey tornaram-se numa espécie de "ir ao Colombo" ao fim-de-semana. Sem o Securitas com um transmissor a deixar entrar apenas a "Micá", e o " Sebastião Vasconcelos e Sá".

Assim, entre viagens aos EUA e França, tenho convivido de perto com ícones fortíssimos do mundo automóvel, bem como as suas mais importantes figuras. um dos episódios mais marcantes , foi a possibilidade de ter "conduzido" devagarinho um Bugatti Veyron, o ano passado em Goodwood com um engenheiro da VW. E ter conhecido pessoalmente Sir Stirling Moss. E Jeremy Clarkson. E Stig Blomqvist. E Michelle Mouton,Lewis Hamilton, Keke Rosberg, Richard Petty, Hannu Mikkola, Mika Hakkinen, Rauno Altornen,e...

Quando falo sobre automóveis, podem ter a certeza que já esmurrei os nós dos dedos em muitas bombas de água, já me esfreguei tardes intermináveis por baixo deles a tentar desmontar uma caixa de velocidades, a berrar asneiras de fazer corar o Fernando Rocha, porque o martelo escapou, ou porque um parafuso "moeu",e sobretudo que continuo a encará-los como uma importantissima parte da nossas vidas, a maravilhar-me com um produto que consegue reunir num só corpo, as maiores descobertas da humanidade como a roda, o fogo, a electricidade , a fisica e a quimica.

Bem vindo ao Blog sala das máquinas, coordenado a partir de Inglaterra.

PS: Ah, já agora, tenho doze horas de voo em Robinson R22...

Sunday 27 January 2008

Os gajos das motorizadas

Havia algo de compulsivo e contagiante, quando tínhamos doze anos e viamos os mais "velhos" de dezasseis a pilotarem Zundapps e Sachs com mestria, de cabelos ao vento e capacete enfiado no braço. Aquela corneta a deitar fumo , acompanhada de um estridente som de bezerro desmamado amplificado brutalmente ao ponto de nos complicar com os neurónios, ainda por cima a ecoar nos prédios de um qualquer dormitório de periferia, era algo que atribuia respeito a quem quer que chegasse ao campo da bola improvisado no meio da estrada com dois pedregulhos.

Subitamente, a "Vilar Janota", enervava-nos profundamente,por atrasar a nossa "entrada" no mundo dos "mais velhos".Havia que a todo o custo deitar a mão a algo que se tivesse de misturar óleo na gasolina.

Os gajos das motorizadas,(GDM), iniciam a sua carreira com um curso intensivo prático aos comandos de uma motorizada ,cujo dono nem suspeita dos propositos didáticos que a sua montada está a ter . Normalmente de um irmão mais velho que está a trabalhar, ou de um reformado que tem a motorizada guardada debaixo das escadas do prédio. Antes de "atacar " a via pública , o GDM iniciado treina arranques no campo da bola, antes de se aventurar nas estradas. Normalmente, cerca de meia-hora antes...

O tirocínio sobre ilegalidade, que engloba circular sem seguro, habilitação ,espelhos, capacete ou documentos, permite adquirir confiança suficiente para o próximo passo como GDM de pleno direito. Uma vez GDM de pleno direito, um estatuto que se atinge de acordo com a vaidade e preparação do candidato, podem ir para os semáforos estorvar o andamento dos veículos " a sério" ,colocando-se á frente da fila criando um ecran de fumo azul de dois tempos.Para ser GDM de pleno direito, é necessário um capacete e um maço de tabaco . O capacete pode ser enfiado no braço, ou apoiado levemente na cabeça.

O GDM tem um instínto gregário bastante desenvolvido, pois quase sempre priva com outros GDM , que se entretem a ir ás feiras e parar junto aos carrinhos de choque, em pose de Marlon Brando, a fumar. O GDM tem de fumar, pois assim mostra que já é adulto.Um dos locais de rapina dos GDM, são os bailes de província, onde uma vez mais, só desmontam do seu corcél para se encostarem ao balcão com sorrisos alarves e despejarem cerveja e vinho ( O GDM aprecia bom vinho local), ou para andarem á porrada. Há sempre porrada nos bailes da província.

O GDM rural, prima por uma guedelha comprida atrás do pescoço, bronze "à pedreiro", que termina onde começa a manga cava, e macinho de tabaco preso na dobra da manga da t-shirt.E botas de bico. Sair para a rua sem tabaco, é como ir á pesca sem cana. Os documentos e capacete são opcionais para os "totós".

O GDM entrega-se ao passatempo críptico de retirar todo e qualquer peso extra da moto, para conseguir uma melhor relação peso-potencia: Graças a este processo, as potentes motorizadas podem chegar a atingir 63 Km/h, no lugar dos 62Km/h! Um ganho considerável. O GDM tenta sempre tirar o escape, mas compreende que isso não dá muito jeito para passar despercebido entre a policia.

O GDM, por amostragem um indivíduo com poucas capacidades de aprendizagem, nunca tirou a carta, porque a policia da região já o conhece, e "não há problema". Costuma ir para os copos e para a caça com alguns guardas, que também possuem Sachs e Casal.Por isso a motorizada serve de "monovolume" para toda a familia desde levar os putos ao médico , ir para as obras ou para a vinha, a transportar bilhas de gás. Como gesto de cortesia, o GDM oferece sempre o capacete Motassis á esposa. As crianças ainda não têm idade para usar capacete.

O GDM chega á idade da reforma, com um sentimento de que precisa mudar algo na sua vida. Por isso instala um caixote de fruta de madeira na traseira, para guardar coisas que acha , como garrafas de água vazias e arames, e coloca um ecran de plástico a servir de para-brisas. Passa a usar boina em vez de capacete, porque é mais confortável. Por vezes, tem um oleado que cobre tudo, mesmo a boina, e pode assim ir todo o ano á pesca. Por vezes os GDM reformados instalam auto-radios com uma armação de ferros das obras no guiador, e decoram tudo com autocolantes e galhardetes.

O GDM dá a sua carreira por terminada quando já não consegue tirar a moto debaixo das escadas, e vai para o café do ti Gomercindo jogar ás cartas. Por essa altura, será a vez de um puto de doze anos iniciar o seu treino de arranques no campo da bola de novo...

Saturday 26 January 2008

Carros americanos: De e para burgessos

Tudo o que vem dos EUA, privilegia a forma sobre o conteúdo. Desde os lutadores de wrestling , ás comidas, e aos automóveis. Tudo parece risonho ,possante e mágico, quando no fundo é decepcionante,perigoso, e enganador. Como os filmes, por exemplo: Nos filmes, o herói que salva o mundo depois de levar uma carga de porrada, é sempre um americano. Na realidade, são exterminados aos milhares em guerras absurdas por causa de políticas também elas ocas e inconsequentes. Mas isto é outra história.

Os carros americanos, são como os lutadores de wrestling, os entusiastas de musculação todos brilhantes e peganhentos, e os jogadores de futebol americano; Todos com um aspecto e postura agressiva e robusta, desafiadora e possante, mas com uma pila pequenininha.

Os carros americanos, com motores sempre para cima de V8 e com a mania de chamarem "small block " a um matacão de ferro fundido que pesa mais do que uma Ford Transit, e com 1.464.732 cavalos, são como atar um foguete a uma mesa de cabeceira... Estúpidamente potente, mas efectivamente pouco prático.

Deixando de lado agora as questões freudianas que relacionam o tamanho do sexo com o carro escolhido, estas aberrações sobre rodas são construídas por labregos que se deslocam para a fábrica de Pick up, gordos prestes a rebentar de fast food, e bigodaças de óculos escuros que pensam que são o Tom Cruise, e têm de certeza alguém na família que já fez umas notícias em directo de uma escola, com miúdos sequestrados.

Isto é preocupante. Pior do que isso, como desde Lee Iacocca que não desenham um carro decente, puseram conceituados estilistas europeus e japoneses a desenhar para eles. Resultado: é como pegar numa carroça e cobrí-la com uma carroçaria de um Murciélago. Todos nós suspiramos ao ver um Chrisler 300 c, ou um crossfire, mas não passam de arremedos e de emendas de carros "a sério"europeus. O que a Mercedes deita fora,esta malta vai ás traseiras buscar...

Por isso , somos levados a pensar de cada vez que vemos um carro americano, que "são" os carros! Porque o seu formato, desenhado por europeus,assente num camião de caixa aberta com jantes cromadas, cativa-nos de sobremaneira.Contra mim falo! Aqui em Inglaterra, pais que goza de uma "janela" especial de importação de carros americanos,cruzo-me constantemente com veículos impressionantes e magestosos, lustrosos e potentes. Qualquer apreciador de carros mais "tenrinho" ficaria imediatamente seduzido.

Em recta, estes tiros de caçadeira sobre rodas impressionam com a sua pujança ,barulho e aceleração. Mas em curva, parecem aquelas carroças dos filmes de "cóbois", todas desengonçadas. Comportamento foi algo que teve de ser adiado lá na fábrica.

Porque razão , eu iria comprar um Dodge Super Magnum Xtra V12 Super , sem ser para pôr um chapéu texano e óculos escuros para ir encher o peito de ar para um sallon a tocar música pimba americana ( Country). Mas por algum motivo existem pobres de espírito que querem julgar que estão na America. Porque razão uma pessoa compra uma pick up? Porque transporta carga? Porque tem vacas? Cavalos? Não. Uma pessoa compra uma Strakar para pensar que é "amaricano". Para imitar os americanos. Para fingir que está nos filmes foleiros dos anos oitenta e que é um herói que "bate em todos" e vai salvar o mundo.

Já que temos de ter o "gordo da Cofidis" á perna por meia dúzia de anos, ao menos que compremos um carro decente , feito e pensado para uma realidade europeia.Deixemos os americanos explodirem de tanto comerem porcarias, e pensarem que o Space Shuttle saíu da cabeça deles...eles são felizes assim...

Boca de sapo: um pântano de tecnologia



Eu venho da época em que os boca-de-sapo ( BDS) eram carros assustadoramente desenvolvidos, e só a simples passagem de um pelo nosso campo da bola improvisado no meio da estrada era o suficiente para ficarmos a olhar para ele até desaparecer no horizonte." Cagrandapinta! Quando fôr grande, vou ter um!"

Entretanto fiz-me grande, e os BDS por qualquer motivo tornaram-se ainda mais escassos. Sempre que em determinados meios , eu proferia a palavra "BDS", imediatamente os engasgos de imperial e arrastar violento de cadeiras de esplanada surgiam, e os copos eram pousados de rompante nas mesas , demonstrando a gravidade da minha provocação.

" Boca de sapo? És mas é maluco! Aquilo é muitacomplicado!"

Mesmo assim, fui á procura de um. Não me saía da cabeça aquelas breves imagens de uma boleia que um director deu ao meu pai, e eu entrei pela primeira vez num boca de sapo. Aquele carro fazia-me sentir importante, porque eu conseguia finalmente chegar ao tejadilho sem ser em bico dos pés. Aquele espelho retrovisor em baixo, no tablier, fazia -o ganhar também pontos na categoria de " puto-friendly". O velocímetro tipo "bussula" é que me enervava, porque não conseguia ver " a quanto" é que o carro dava...

Anos mais tarde, sentei-me pela primeira vez aos comandos de um BDS, graças ao Saul ( Se não conhecem o Saul, perguntem ao calhas a alguém da Margem sul...é o tal que entrou com uma 125 dentro de um restaurante em Cacilhas...Mas dávamos grandes passeios de Kayaque no Tejo)que precisou de rebocar uma Dyane toda pôdre ( passo a redundância) e me veio pedir uma corda. Resultado: enquanto eu faltava ás aulas, ele dizia-me que "isso das equações é fácil", e arrancava o pára-choques á Dyane mesmo no meio de um movimentado cruzamento com um esticão. Era só caldeirada, com o Saúl! Dias depois, tinha um papel no vidro a pedir desculpas por ter caído um gato do quinto andar em cima do BDS!

Foi a última vez que guiei um BDS. A partir daí, raro era o evento onde aparecesse um BDS, e quando aparecia um num anúncio das revistas de clássicos, era a pedir a nossa casa em troca.
Hoje, felizmente,parece que existem alguns por aí, em boas mãos, e a fazer uns encontrozitos porreiros aqui e ali. Quis o destino que eu viesse para Inglaterra, onde os BDS são ainda mais raros que simpatizantes da Luftwaffe.

Quando o BDS apareceu, em 1959, estava avançado vinte anos para a época. Reparem que este carro surgiu quando os nossos amigos ingleses estavam ocupados com o Ford Anglia, e os motores de válvulas laterais ainda saíam montados nos carros novinhos dos stands. Em 1979, este carro ainda era um sério automóvel que granjeava respeito. Aquela suspensão elaborada, e aquele volante de um braço, e aqueles faróis que viravam diziam-nos permanentemente estarmos no domínio da ficção científica. Aquele andamento suspirante e de suave bambolear, embaláva-nos os sentidos , e por momentos lá fora, o presente era o futuro.O boca de sapo foi dos primeiros carros de série a incorporar injecção electrónica, num dos seus últimos modelos .

Nunca mais vi um boca-de sapo. Considero-os respeitáveis tentativas de empurrar o progresso violentamente, próprios de quem tem uma sede de descoberta e se fascina com a tecnologia. Uma atitude do género" Bolas, nós conseguimos fazer melhor! ".

Depois , a Citroen caiu numa fase negra, com modelos terminados em " X", que a levou para o fim da tabela em fiabilidade e qualidade. Lentamente, parece que está a recuperar, mas os estragos causados por modelos feitos de garrafas de água de plástico e colados com cuspo, vão demorar a cicatrizar.

Thursday 24 January 2008

Pesados, esses mal amados...

Hoje, o meu amigo do país de Gales Glyn, encontrou-me e disse-me com um sorriso de orelha a orelha: " Já viste o meu autocarro?" Não me estava a perguntar pelo horário das camionetas...Ele COMPROU mesmo um autocarro. Conforme quem compra um Mini, ou uma Vespa...

Um Bristol VE de 1962 pertencente á ex-National . Com o interior a cheirar a napa e com os varões cromados. Com uma máquina de bilhetes antiga e tudo. Com um motor Leyland "deitado" de 182 CV. Com aquelas campaínhas cromadas a dizer "stop". Com pegas de couro seguras no tejadilho. Lembro-me de ver a mesma expressão no rosto, quando os gajos da minha rua compravam uma Zundapp e iam para o café acelerar em seco, e fumar.

No entanto, em Portugal, o "sector" dos pesados clássicos tarda em despertar. Normalmente, a palavra "pesado" só gera interesse a profissionais e a mecânicos impregnados de óleo e desperdício no bolso.

Um pesado clássico, foi um veículo que operou por vezes dia e noite, sob as mais duras condições , e que eventualmente só se "reformou" após lhe ter sido detectada uma avaria grave, ou por falência da empresa.

" Mas como raio pode uma pessoa "normal" manter um autocarro ou um pesado? " -Mesmo o simples facto de o estacionar , é um quebra-cabeças... Depois temos a questão da manutenção, onde por vezes temos de recorrer a ferramentas pneumáticas , chaves dinamómetro, tubos e chaves luneta a partir do numero quarenta. Depois temos os tubos hidráulicos, os depósitos de ar, as bombas, os repartidores e todo um universo estranho a um comum entusiasta de automóveis ligeiros.

Os proprietários de pesados, recorrem a diversas formas de armazenamento dos seus veículos. Na maior parte das vezes, muitas empresas não se importam de deixar guardar o autocarro no pátio, tendo como contrapartida a pintura de um anúncio na carroçaria. Mas na maior parte das vezes, é combinado um pagamento justo, e por vezes, no caso de o pesado ter pertencido outrora aquela empresa, os donos deixam estacionar gratúitamente , e com muito gosto. É o caso de Glyn. A transportadora local, facilita o parqueamento do autocarro de Glyn, que outrora operou. Mesmo em caso de avaria grave, disponibilizou as oficinas e equipamento para um eventual "desenrascanço".

O equipamento e as ferramentas são guardadas no interior do autocarro, numa zona adaptada na cabine dos passageiros, trancada . Como forma de se financiar, Glyn efectua viagens "gratúitamente" a diversos sítios de Inglaterra, onde os passageiros e suas familias podem "oferecer" uma ajuda para o Gasóleo. Estes veiculos não estão autorizados a cobrar bilhetes aos passageiros, pois não possuem licença de operador.

E a manutenção? Um pesado clássico foi desenhado para resistir a duras condições de trabalho, com uma severidade medonha. O autocarro de Glyn,por exemplo, trabalhava ininterruptamente desde as quatro da manhã, até à uma da madrugada do dia seguinte, só parando para ser limpo, verificado, e reabastecido. Carregando cerca de sessenta passageiros por viagem. E tinha de travar eficazmente sempre! Fazia uma média de 200 KM por dia, ladeira acima e ladeira abaixo.

Por isso, uma vez feita uma recuperação num veículo desta natureza, é certo que ele irá considerar uma brincadeira ir de vez em quando a um passeio ou outro. Uns travões podem durar cerca de DEZ anos, nestas circunstâncias, em vez de dois meses. Um Clássico pesado não tem as modernas suspensões a ar computorizadas, reguladas por válvulas e solenóides, mas robustas e indestrutíveis molas de "carroça". Um pesado tem normalmente um sistema de 24 Volts, muito resistente .

E para guiar um pesado? Preciso de carta de pesados? Não. Pode-se guiar mesmo um "Doubledecker" com carta de ligeiros, desde que não se transporte mais de nove pessoas, incluindo o condutor.Isto claro está, em Inglaterra...

É certo que a questão financeira da manutenção , é um entrave, mas estes veículos tem oportunidades de se auto-financiarem que por exemplo os ligeiros não têm. É claro que um entusiasta não vai deixar de ter um Mini, para ir comprar uma Scania, mas as empresas tem de começar a perceber o retorno que podem ter por apoiarem e salvarem este património da nossa História colectiva, que trabalhou incansávelmente nos bastidores anos a fio. Imaginem por exemplo um camião dos anos quarenta estacionado com um anúncio. Ou um "doubledecker" como os que a Carris tinha, coberto com um painel publicitário autocolante.

Em Inglaterra o fenómeno dos pesados clássicos está ao rubro, com inúmeros encontros, publicações e comerciantes dedicados ao tema.
Por exemplo, onde mais poderia eu comprar um blusão da AEC?...

Esperemos que um dia póssamos mostrar aos nossos filhos, como eram os pesados antigamente...

Wednesday 23 January 2008

Imaginem um país onde...

...uma pessoa que queira adquirir um automóvel, clássico ou não, encontra preços justos e adequados, transferindo a propriedade dos mesmos gratuitamente em menos de duas semanas. Um país onde não se circula a cento e setenta dentro das localidades, e onde não se apita passados dois centésimos de segundo após abrir o Semáforo. E onde sinais de luzes,constantes, apenas significam "avance,amigo!", em vez de um Burgessomobil ( BMW) a "amandar" faróis na Auto-estrada, porque a faixa da esquerda " é dele".

Um país onde podemos colocar película escura nos vidros, rebocar carros á corda, sem triângulos nem coletes reflectores , colocar motores Jaguar V8 em Ford Transits, fazer o que nos der na cabeça desde que tenha rodas,sem que isso origine acidentes,havendo uma sinistralidade baixissima. Onde por dá cá aquela palha podemos reunir os amigos e ir "apertar" com os carros para um autódromo de renome,próximo de casa, e por meia dúzia de tostões, em vez de nos tornarmos criminosos irresponsáveis na ponte Vasco da Gama.

Um país onde "ir para os copos" significa imediatamente alugar um táxi, ou uma limousine. Onde as pessoas não estacionam nos lugares dos deficientes" porque sim", e onde as pessoas batem nos vidros de carros que estão a estacionar a oferecer o talão do parquímetro porque se vão embora.

Um país onde ir a um centro de inspecções, é um acto amigável, sem suspeitas de favorecimento e corrupção, onde o técnico nos informa cordialmente o que temos de fazer para resolver a avaria ou defeito que originou a reprovação. Um país onde a Polícia não nos cumprimenta militarmente com óculos escuros e pose de Gestapo, pedindo " Os documentos da viatura", porque não precisa.Tem um sistema" ANPR", que em milésimos de segundo analisa a legalidade do carro. Num dos rarrissimos casos em que os policiais se dirigem a um automobilista, é com uma simpatia e educação a toda a prova. " Mr Silva, sorry to disturb you, but did you noticed that your Nearside rear sidelight has gone off?" Como consequência, existe um sentimento generalizado que nem sequer vale a pena tentar pôr o "pé em ramo verde".

Um país onde frequentar encontros de clássicos significa trazer uns "Tupperwares" e fazer um picnic á moda antiga, entre Jaguares e Minis. Gratuítamente e na relvazinha, ao fresquinho. Sem pagar somas astronómicas de inscrição . Não num restaurante com quatrocentas pessoas á espera uma hora para serem servidas, divididas em "grupelhos" da marca. A mesa dos "Jaguares", a mesa dos "MG", e ali pró fundo, os gajos dos "mini"...

Desisti de ir a certos encontros portugueses, quando me começaram a exigir mais do que o valor que paguei pelo carro, por um simples dia de "concentração " . Uma pessoa restaura o carro, gasta o dinheiro, gasta gasolina, e depois ainda tem de pagar para ir a um encontro...E depois a "organização " é que está de parabéns...Mais vale gastar o dinheirinho a ir com a familia e os putos comer uma "ganda" caldeirada a Peniche...

Imaginem um país, onde os vizinhos dizem-nos com muito pesar, que não sabem o que hão-de fazer para retirar um Jaguar XJS V12 da garagem que pertenceu ao avô, porque o reboque fica muito caro...E não compensa! Se nós sabemos de alguém que o queira ...

Um país onde não corremos o risco de ter de dar mil contos por um Mini ou um Renault 4. Ou por um Carocha. Onde pelo preço de um Opel Astra velho podemos aceder a carros da esfera do sonho. Não apenas a bicicletas ferrugentas.

Não é preciso imaginar muito...basta vir passar uma temporada ao pais dos autocarros vermelhos de dois andares e do Big Ben...E imaginar que a vida poderia ser assim...

Tuesday 22 January 2008

The awkward classic car scene in some countries

We all smile and are often flooded with fond memories, each time a classic car ( Please do not use the term "old", as it is rather unfair for some excelent cars about, not so "old" that are really nice classics)strolls nicely in front of our sore eyes. Suddenly, a car is not just a line produced item, stripped of any feeling whatsoever, and becomes a long lost pal that longs to be with you again.

Classic cars used to be about fun. About meeting. About making friends. They Still are, in some countries where they have their roots deeply stuck in the ground. Like England. England had a massive industry , gave birth to the Industrial Revolution, and kept going on and on triying to give to the average citizen a slice of motoring which they could sink their teeth on.The british people grew up with some of the finests cars on their drives, even naming them with human-like names. Brittain was always used to an MG or an Austin, as they were with washing machines.

But everywhere else, especially where car industry was very poor or inexistent,cars were rather expensive to start with. Even washing machines, let alone cars! A car was something designed for rich people and seen as an outrageous sort of luxury. When I was at primary school, there was only a Mini doing doing the school run every lunchtime...and the bloke was the talk of the school!

This ment that cars in these counties were driven to the ground before someone ever thought of buying a new car. This could mean several years beyond the timeframe of service a car would normally do. Suddenly, with a friendly political and economical situation , these countries could finally update their roadstock very easily. So, all the cars that had done a remarkable job and managed to survive the potholes, were made redundant. Cars that were already clased as "old" in other developed countries, were still being used as commuters in those days.

As you can see, there were no shortage of wannabe classics when the scene started. Nearly every family could grab hold of a Mini, a Beetle, an Escort, or a 2CV. The first classic cars meetings I attended, back in the early eighties, were FREE, and we had remarkable weekends by the beach or by the mountains, scoffing barbecued pork, and drowning in beer. And dancing, and laughing. And making friends. Normal people could enjoy the classic scene.

But the happiness had to be short. The growth of the classic scene, ment that the average rustbucket left to rot on the drive could fetch some awful lot of money. The seller would look suspiciously to any offer" because those cars were very valuable", and the buyer often gave up upon such outrageous atempt of getting easy money.

As a result, lots of cars went beyond repair, and eventually were towed by the council to the great heaven of the classics. Then, as a final stroke, came along the "adds fever". The "adds fever", ment that if a greedy owner wanted for some reason to flog his Mini for,lets say, three grand ,1000 "contos"( Yes! In Portugal there are some people trying to sell a Mini for three grand...and worst, there are people actually BUYING them!...)then EVERY rustbucket filler patched was worth three grand!

As these cars were often propriety of poor families, they often see these opportunities as a way of "getting rich"...not accepting any offer whatsoever under those ridiculous amounts of money.

How come a car that worths pennies in a country, fetch sky rocket prices in another? This sad sittuation, is dreadfully dragging the enthusiast to the only thing he can actually buy....Bycicles!
How sad is that? I wanted to have a nice classic car which I could maintain and enjoy, and the only thing I can dream to afford is a dreadful push bike!

And you know what? As everybody that cannot afford to have a "car", and is turning into Bycicles, greedy sellers are piling on the price of ancient pushbikes...You can have a MG Midget , an A30, or a Minor for the price they would ask you for a bike in those countries right now...

Monday 21 January 2008

Toyota Corolla: Até mete nervos!

Os automóveis club europeus, publicam anualmente um pequeno livrinho , intitulado " fiabilidade". Nesta pequena compilação, descreve-se em traços gerais o modo como os diversos modelos do mercado se comportam, e quais os seus problemas e "caprichos" mais comuns.

Outros Automóveis Club, como têm uma postura passiva que privilegia as negociatas com os importadores, e deles dependem grandemente para subsistirem, optam por uma politicamente correcta neutralidade, que em nada favorece o automobilista. Por isso,nesses países, as pessoas continuam a comprar Passats,Opels e Land Rovers, julgando que estão a comprar efectivamente carros decentes e fiáveis. A anedota que circula no meio em Inglaterra, acerca do "conforto a bordo" destes engodos, deve-se ao facto de os ocupantes se poderem sentir confortáveis enquanto esperam pelo reboque.

" Mas eu dei 5 000 contos por este carro!"- é uma afirmação comum que se ouve a toda a hora e a todo o instante nos concessionários por aí fora.Algo que já não surte efeito nos recepcionistas. Como se a fiabilidade e o valor de um carro, se medisse pela quantidade de dinheiro que temos de pagar por um carro. Fartos de arrancar os cabelos e ameaçar que "vão escrever para a Alemanha", os proprietários sentam-se desesperados numa pastelaria dispendiosa de Lisboa, deitando as mãos à cabeça, amaldiçoando o dia em que entraram naquele stand para comprarem um monte de lixo.

Neste livrinho, como eu ia dizendo, estão dispostos por ordem alfabética todos os modelos de carros á venda nos respectivos paises. Folheando as páginas, lá temos os tais modelos com uma lista de defeitos e avarias mais comuns, e mesmo carros "caros" têm várias linhas de relatos sobre coisas que não trabalham como deve de ser...

Mas de repente, surge-nos um modelo, com a lista vazia!!! Apenas com o seguinte " aparte": "O mais provável, é o proprietário maçar-se do carro e trocá-lo passados uns anos, antes dele se avariar." Mas que maravilha da tecnologia é esta?

É nem mais nem menos,do que o popular Toyota Corolla!

O Toyota Corolla, é o modelo mais fabricado da História, tendo já ultrapassado o Carocha. Os carros japonêses, já sabemos, são um tratado sobre fiabilidade, mas mesmo os Honda , Nissan e Mitsubishi por exemplo, têm um ou outro "capricho" desculpável, mas que mancha o relatório anual. Coisas da treta, como por exemplo o forro das portas raspar na embaladeira.

Mas o Toyota Corolla, rijo e sólido como pára-choques de um camião da tropa, insiste em continuar ano após ano a proporcionar um desempenho irrepreensível . Nao acreditem apenas na minha palavra! Perguntem a qualquer dono de um Corolla, ao calhas, se alguma vez já teve algum problema com o carro.

Tudo o que a Toyota faz, é um sucesso estrondoso! Dyna? Uma marreta indestrutível. Um sucesso. Celica? Um desportivo glamouroso bem cotado. Hilux? Um potente cavalo de batalha , considerado o carro mais indestrutivel do mundo ( Foi largado de um predio de dez andares, enterrado durante 24 horas na maré baixa, e carregado com tres toneladas , e continuou como se nada fosse...) Avensis? O carro preferido dos taxistas Ingleses, e um familiar ultra-competente.Yaris? Um citadino que nos deixa em paz de espírito.Supra? Um "envergonha-Porsches" acessível. Land Cruiser? Ombro a ombro com o Land Rover ( antigo,claro) nos países africanos e regiões inóspitas. Aguardo com expectativa os desempenhos dos "novatos " Aygo" e "Auris".

Como se ainda não bastasse, estes rapazinhos ainda se lembraram de fazer uma divisão de luxo, a que chamaram de Lexus...que é simplesmente o dinheiro mais bem gasto que um ser humano pode dispender num automóvel.Um diamante numa caixa de veludo preto com que podemos sonhar.

Após alguns anos, os nossos vizinhos começam a estacionar novos carrinhos ( Cinzentos metalizado, como o resto da rua,claro...), e súbitamente somos os únicos que ainda temos um carro com mais de seis anos. Muitos vizinhos, chegam até a trocar de carro NOVAMENTE, e nós presos a uma fiabilidade desconcertante.

O Toyota Corolla "até enerva! " ...Queremos uma desculpa para trocar de carro, e ele continua,continua,continua... Só nos resta atirá-lo por um precipício...mas nunca iamos fazer isso a um fiel amigo, pois não?

Se virem um Toyota Corolla a ser rebocado, fotografem! Pode dar um prémio World Press Photo!

Sunday 20 January 2008

Os Puntos e os Corsas cinzentos

Quando num daqueles dias em que não estou no meu juízo perfeito, e decido enveredar pela odisseia de ir enfiar o meu carrinho numa garganta de betão em contagem decrescente, dum desses hipers do Ti Belmiro, fazendo chiar a borracha nas curvas e sufocando os meus filhos com poluentes de escape, passeando debaixo de um céu de cimento iluminado por um sol de néons capazes de induzir epilépsia num pneu, acabo por apanhar um desses carrinhos de rodas tortas cheios de publicidade, e entrar no templo do cartão de crédito.

Na zona da fruta, escolho demoradamente as laranjinhas mais laranja, e os morangos mais redondos , vermelhos e saborosos.Na zona das revistas, procuro aquela cuja capa me transporte para o limiar do sonho, ou que pelo menos me perturbe os sentidos.

"Mas o que é que isto tem a ver com carros,afinal?"-Perguntar-me-ão.

Quando o Zé Manel do bigode do Cacém decide comprar um automóvel, apesar de um sem número de marcas disponíveis no mercado a preços vantajosos, e das inúmeras revistas da especialidade a percorrerem milhares de quilómetros para testar bons e acessíveis automóveis, imaginem para onde recai a escolha do Zé Manel; Para um Punto ou um Corsa! Metalizado, ainda por cima! É como se eu fosse a correr para a zona da fruta amadurecida e "pisada", e fosse escolher revistas do mês passado.

Porquê metalizado? Porque "metalizado", é distinto. Uma vez no stand, após ter resolvido a questão de quantos anos irá andar sobre-endividado sem hipótese de ver o ordenado para além do dia que o recebe, o Ze Manel franze o sobrolho a todas as cores do catálogo como brancos e verdes ( Embora eu não consiga conceber alguém a comprar um Punto Verde...), e escolhe o Cinzento metalizado.

" É uma côr distinta"...Remata o Zé Manel, após assinar um quilo de papéis da Cofidis, ou de outra financiadora qualquer.

Mas tenho uma novidade...Cinzento metalizado fica distinto no Aston Martin de James Bond, no Murciélago de Rooney, ou no Phantom de Elizabeth II. Cinzento metalizado NAO é uma cor distinta num Corsa ou num Punto.

Mas isso já o Zé Manel sabe, quando estaciona em frente ao seu prédio de Massamá, ao lado do Corsa Cinzento-metalizado do vizinho do terceiro, e do Citroen C3 cinzento metalizado da vizinha do Sétimo. Uma vista aérea do local, asemelhar-se-ia a um cinzeiro. O Zè Manel, comprou um Punto, porque "devia ser um carro bom", porque "toda a gente tem um".

Por vezes, em reuniões de condóminos, os intervenientes entretêm-se a trocar correspondência de pagamentos em atraso entre si, entregues por engano pelo carteiro.

Mesmo a côr " Cinzento metalizado" revela um snobismo enervante. Reparem: Existe Verde metalizado, Azul metalizado, mas apenas nos referimos a eles como "verde" e "azul" . O Cinzento não! Tem de ser "metalizado", porque senao corrêmos o risco de pensar que é de côr de aparelho, ou que pertence à Marinha.

O último grau de vaidade, o topo dos topos do narcisismo , o "créme de la créme" do cinzento metalizado, é quando o proprietário se refere á cor do seu carro como " Cinzento-Prata", ao motorista do reboque de bigode farfalhudo e de desperdício no bolso,.

Possuir um Punto ou um Corsa cinzento metalizado, significa que desistimos de viver. Básicamente estamos a dizer ás pessoas: Pra-mim-qualquer-coisa-serve-e-não-ligo-muito-a-isto-dos-carros-desde-que-me-leve-as-compras-esta-tudo-bem.

É como estar numa festa em Hollywood, e sermos puxados por uma estrela de cinema para dentro de um quarto, desejosa de nos arrancar as roupas, e preferírmos ir jogar ás cartas com o tipo que costuma segurar os microfones.

Quer comprar um Punto ou Corsa cinzento metalizado? Não desespere. Há tratamentos para isso. O suicídio, por exemplo...

Viver com um automóvel clássico

Quando eu estou cheio de fome, sentado num restaurante desesperado por já ter acabado com o pão e a manteiga, nem deixo o prato pousar na mesa para começar a despejar o seu conteúdo. Não fico ocupado durante meia hora a perfilar as batatinhas e a fazer quadradinhos com o arroz. Vai tudo goela abaixo num instante.

Mas por algum motivo inexplicável, muitos de nós ao adquirirem um automóvel clássico, entretém-se num passatempo obscuro de substituir todos os parafusinhos e bocadinhos de tecido possíveis e imaginários, a limpar e cromar as mais invisíveis e escondidas peças em jacto de areia, e a tentarem desmontar o carro a um ponto que envergonharia os operários que o montaram na fábrica.

" Mas assim é que deve ser ", respondem-me já indivíduos de sapatinho de vela que trabalham em escritórios iluminados por doentios neons todo o dia.

Porém, acontece sempre uma de duas coisas: Demoramos tanto tempo no restauro, por vezes substituindo material resistente por imitações e cromados chineses que se deterioram mal apareça uma humidadezita, que acabamos por esquecer para que serve este ou aquele parafuso ( Ou perdemo-los, pura e simplesmente), ou gastamos rios de dinheiro para depois apanharmos um temporal em Junho que enlameia as estradas e enferruja e conspurca tudo outra vez.

Seja como fôr, perdemos por vezes anos, que de outro modo poderíamos aproveitar para usufruir verdadeiramente de um clássico como deve de ser. Isto é, circular com ele. Sair com a familia. Ir a encontros. Fazer viagens . Perceber ao fim ao cabo qual o feeling do veículo, e receber algum feedback da parte dele . Conviver com ele. Perceber em andamento quas as suas fraquezas e qualidades. Proporcionar ao público em geral a visão de um modelo nostálgico que possivelmente há muito não viam nas estradas. Avariar na berma da estrada e ter o privilégio de conseguir desenrascar com um arame e um pau. Ter uma história para contar no café, quando chegássemos.

Não quero dizer que um clássico não deva ser alvo de uma recuperação o mais competente possivel, mas devemos lembrar-nos que isto é uma máquina com a função de circular nas estradas cheias de pó e detritos, e é para isso que foi construida. É para isso que os adquirimos.É para isso que eu nem durmo, a esfregar-me debaixo do carro a tentar arranjar travões e luzes para o carro passar na inspecção "ontem"! Cromados e estofador, fazem-se "em andamento"...

Eu não adquiro um clássico para estar fechado numa garagem o ano inteiro , encerrado num dispendioso "Carcoon", para mostrar aos colegas do escritório em como substituítodos os parafusos da chapa de cobertura da caixa de velocidades.

O facto de conduzir no meu dia-a-dia um Austin Seven de 1936 para ir para o trabalho, valeu-me alguma atenção dos Media locais em Inglaterra, não porque gastei 1000 contos numa pintura de estufa, mas porque se torna numa visão nostálgica nas ruas , e trago memórias que surgem em catadupa a quem se cruza comigo no caminho.

O guarda-lamas esquerdo foi esfolado num supermercado, e está pintado a pincel. Os pára-choques estao com o cromado a corroer. Montei uns piscas de doze volts com umas braçadeiras. No entanto, o sistema de carga, pneus e travões são rigorosamente novos e afinados. O " entusiasta " de bigodinho dos encontros portugueses e sapatinho engraxadinho, diria num instante que o carro está "todo" estragado.

Mas, oh yes!...Que experiências e aventuras extraordinárias tenho vivido. Quantas pessoas se dirigem compulsivamente a mim de cada vez que atesto numa bomba. Que gozo tenho dar à manivela para pegar num Hipermercado, tendo de apitar em seguida para as pessoas que batem palmas se desviarem da frente para eu poder passar. Que sentimento estranho e arrebatador tenho , quando velhotes de lágrimas nos olhos me vêm dizer que fizeram isto e aquilo com um carro igual, e que foi "num destes", que começaram a cortejar a esposa.

Ou debaixo de chuva torrencial, onde mal consigo ver o caminho, um dispendioso Volvo abranda ao meu lado, com o condutor a estender vigorosamente o polegar na minha direcção.

...Se tivesse feito como muitos...ainda estava de volta dos parafusinhos e do jacto de areia...lá para o ano 2010,talvez fosse entao a um encontrozito...num atrelado,claro. Pois ainda não estaria pronto.

E depois, mesmo assim, não me livraria certamente dos "especialistas" que dão pontapézinhos nos pneus me dizerem, por causa de uma lasca no espelho, que o carro estava " todo mal recuperado..."

Possuir um clássico, é acerca de experiências. As nossas, e as passadas anteriormente com outro proprietário. Passados uns meses, o senhor que me vendeu o Austin , mandou-me umas fotos do carro e recibos dos anos quarenta! O meu carro ajudou no esforço da segunda guerra mundial!

Acho que isso vale infinitamente mais do que ter os parafusinhos que seguram o escape todos cromadinhos, e dizer que o carro " é de garagem". Isso é muito bonito se eu quiser comprar um AX, mas não, muito obrigado, se se tratar de um clássico.

Saturday 19 January 2008

A religião Exelero

Todos nós paramos um dia para pensar qual é o carro que nos "enche" as medidas. Aquele que nos faz suspirar e fazer aparecer um suor frio nas mãos. Aquele carro que se tivéssemos de escolher, deixaríamos a Marisa Cruz ou a Carla Matadinho na berma do passeio pedindo muita desculpa.

Quem já visitou o festival de Goodwood ( http://www.goodwood.co.uk/), sabe que a enxurrada de automóveis de topo de gama e desportivos que embebedam os nossos sentidos, não nos permite chegar a uma conclusão, pois os nossos entidos estão entorpecidos com tanta escolha.

O nosso Fiat 600 é muito engraçadinho nas bombas de gasolina, mas num encontro de clássicos passa despercebido se não fôr nada de especial. Por isso, em Goodwood, um Ferrari Enzo , ou um Lamborghini Murciélago não conseguem competir com a roulotte dos hambúrguers.

" Koenigsegg? ...Ah, já lá vou ver..." " Um Ascari a acelerar na rampa? Vejo depois..."

Mas subitamente, eis que surge por entre a multidão que o cerca como se fosse uma camioneta carregada de sacas de arroz na Somália, um misterioso monstro negro com doze "baldes" em V e dois turbos. O seu potente sussurro e presença, relega para segundo plano o Veyron azul, que mais parece um brinquedo da Chicco. As pessoas entreolham-se e buscam o logotipo, mas os conhecedores ajoelham-se á sua passagem...É o Maybach EXELERO!

A primeira reacção , é obrigatóriamente religiosa. Como adolescentes num espetáculo dos Anjos, perco a cabeça e encho de dedadas aquele sacerdote do templo automóvel.

Absurdo. Inexplicável. Misterioso. Perturbador. Belo. Sombrio. Unico. Inexplicável. Surpreendente. Estranho. Avassalador. Preocupante. Mágico. Sobrenatural.

Se Dart Vader tivesse um automóvel, seria este. A marca de pneus Fulda comissionou este modelo para experimentar os seus pneus de nova geração, e promoveu um concurso de design de onde saiu vencedor um puto de 24 anos. O carro foi depois produzido em Itália. O valor actual deste prototipo é de oito milhoes de dólares.

Calculo ter sido um dos poucos portugueses a ter contactado com este automóvel. Perdão, com este pecado talhado em chapa. Este monumento é a Charlize Theron sobre rodas.

( Mais info, consultem o site http://www.exelerocar.com/ , ou o artigo detalhado numdos próximos numeros da Topos & Clássicos. )

Não! Não é um blog da Marinha!

Este é um blog iniciado hoje, 19 de janeiro de 2008, que conta as peripécias e o ponto de vista pessoal de um ex-mecânico de automóveis que vai viver para Inglaterra em meados da primeira década do novo Século, tornando-se escritor e piloto de aeronaves.

Uma viagem ao Mundo das máquinas que povoam o nosso imaginário, desloquem-se elas por Ar, Terra, ou Mar. Ou até que por vezes nem precisem se deslocar!

As fotos e texto são todas da autoria de Mike Silva, pseudónimo com que assina os seus trabalhos e artigos em diversos media portugueses e estrangeiros. Obrigado pela visita!