Monday 31 May 2010

A Aviação e um miúdo nos anos 80







O único Handley Page Victor ainda activo, ontem em Brunthingthorpe, aberto ao público.


Algures num Sábado de 1984, o conhecido programa juvenil "Jornalinho", mostrava na TV imagens de um clube de aeromodelismo em Lisboa, a fazer voar os seus aparelhos num campo qualquer. Na Segunda-Feira seguinte, entre pausas de aulas de Química e Matemática, tentávamos obter nas Páginas Amarelas alguma réstia de informação sobre o clube. Não havia Internet, e perguntar sobre aeromodelismo, era o equivalente a perguntar sobre sistemas elétricos do Spaceshuttle ao Padeiro. Nem pensar nisso. Ninguém sabia, ninguém conhecia.


Não havia grande actividade aeronáutica para os miúdos nos anos oitenta. Gostar de "aviões", resumia-se apenas a coleccionar cromos que vinham nas pastilhas elásticas "Gorila". A única recompensa imediata que tínhamos, era sermos chamados de " os malucos dos aviôes". O primeiro evento aeonáutico que fui, por volta desse tempo, foi um encontro de ultraleves em Tires, nos tempos em que era ainda um mero campo de Aviação na província, sem redes nem seguranças. Mesmo assim , a cultura do "pagas , mas levas poucochinho" comum ainda nos tempos de hoje em muitos eventos portugueses, já tinha aprendido a colocar umas baias metálicas a "não deixar passar ninguém", para ao pé dos aviões ( Ou seja lá o que fossem aqueles aparelhos de trapo e tubo)

A zona da General Aviation, com algumas aeronaves visitantes.



No entanto eu, o "Febras" e o Eliseu, conseguimos sub-repticiamente passar por entre duas baias, e passar todo o dia de volta dos ULM, e mesmo tirar fotos num Britten-Norman Islander de pára-quedismo. E brincar, na ainda inocência dos nossos 13 anos, no F 86 Sabre do parque infantil do aeródromo.


Aviação, era só isto. Nem livros, demasiadamente caros , inexistentes, ou tendo de vir "do estrangeiro", aviões só de "trapo e tubo", a 60 Km de distância cercados por baias, uma vez por Década, nem Internet que só viria dentro de dezasseis anos, nem nada. Sem informação nenhuma, fomos de Cacilheiro a Lisboa, procurar o clube de Aeromodelismo: Tínhamos achado nas Páginas Amarelas o endereço, e era junto ao Cais do Sodré. Um "tirinho" para os putos aventureiros da Margem Sul. Ao chegar ao local, uma porta fechada, como qualquer porta fechada a um Sábado de manhã. Sem horários e sem informação. Apenas uma etiqueta na campaínha cá em baixo.

BAC Canberra. Junto ao carro dos bombeiros Thornicroft, (com tripulação portuguesa)



Os anos passam por nós, e as prioridades mudam constantemente. Não os sonhos, que ficam sempre com uma luz avisadora a piscar no nosso sub-consciente. Aviação! Nada posso fazer, senão manter em banho Maria o sonho. A Força Aérea nos anos noventa, fez a luz brilhar com mais intensidade. Mas não passou disso mesmo: De uma luz acesa à qual já não ligávamos, imersos que estávamos ocupados em sobreviver aos loucos anos 90. A Aviação, ocupava agora um lugar lá para baixo na tabela de interesses...




Um dos "aeromodelos" com que brinco agora: O mais antigo avião a jacto de passageiros do Mundo ainda em funcionamento. deHavilland Comet


A vinda para Inglaterra, funcionou como se tivesse sido colocado dentro de uma máquina de lavar roupa com todos os meus avioezinhos e cromos das pastilhas Gorila. De repente, fui largado num País com 1600 campos de Aviação, centenas de escolas de pilotagem, e centenas de museus e aeronaves. Um País onde o pintor de automóveis tem brevet, e um montador de pneus também. Onde uma senhora de 65 anos pilota um Spitfire em vôo acrobático. Onde uma jovem mâe solteira de 23 anos comanda um aerotanque L-1011 na RAF. Onde uma cabeleireira fez um curso e se tornou na única mulher a pilotar um Concorde. No País de Alcook e Brown. De Jim Mollison. De Amy Johnson. De Douglas Bader. Do major Alvega ( Battler Britton no seu original inglês). Dos Lancasters, Mosquitos, Hurricanes e Vulcans. Dos Westland e dos Tiger Moth. ou do Comet e do Sea Vixen.

Lamento, mas tenho cerca de quase quatro décadas para pôr em dia. Acho que não vão levar a mal, se o "maluco dos aviões" andar agora para trás e para a frente a fazer umas horinhas de vôo e a organizar festivais aereos. Eis um festival organizado por "malucos" como eu, que reuniu cerca de 12000 pessoas no centro de Inglaterra , Domingo passado. Finalmente, passados 26 anos descobri o meu campo de aviação onde posso brincar com aeromodelos...

Monday 24 May 2010

Um TIR polémico! Exclusivo Sala das Máquinas



O Sala das Máquinas foi autorizado a visitar a pista de testes de um controverso camião de mercadorias no Reino Unido, não autorizado a circular .Fotos exclusivas do protótipo em teste!

Texto e fotos : Mike Silva em Inglaterra

A Austrália já há muito que utiliza os "Road Trucks": Conjuntos articulados de três, quatro ou mais atrelados, que rentabilizam o transporte por todo o território australiano, muitas vezes atravessando o extenso "Outback", o deserto interior de grande extensão.

Contudo , noutros países, a legalidade e a funcionalidade de veículos de tão grande dimensão, apresentam condicionantes que pôem em causa a sua utilização. Circular na via pública com um veículo com 25 metros de comprimento, dividido em três partes, em vias urbanas e estradas que não foram concebidas para tão extenso veículo tem levantado muito debate e controvérsia.

A empresa criadora do veículo, apresenta como justificação legal, o facto de , em eventual avaria, os reboques de assistência poderem rebocar um camião " normal" da TIR, com atrelado, e nessas circunstâncias realmente se constituir num grupo circulante de três veículos . A interpretação da VOSA, o organismo que tutela os veículos e operadores no Reino Unido é diferente, e no dia previsto para o teste do extenso camião , a autoridade fez deslocar para o local um imponente dsipositivo policial e técnico para impedir o uso do camião na via pública. Os documentos fornecidos pelas autoridades, bem como o seu parecer no local estão a ajudar a desenvolver o protótipo, qe entretanto não para de efectuar testes e formar motoristas numa pista especial.
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Associações de transportes rodoviários e ferróviários insistem que a empresa de Lincoln está a ignorar a Lei e a opinião pública, mas a empresa que produziu o protótipo refere que apenas está a explorar a ambiguidade na Lei, e a empurrar o progresso. Todos sabemos que o progresso nunca foi sereno. Se este tipo de camião será ou não o Futuro do transporte rodoviário por estrada ou não, teremos de descobrir dentro de uns anos. Certeza porém, é que jamais veremos um no Bairro Alto...

Saturday 15 May 2010

Festival motorizado de Wedgewood



Mais uma edição do Festival motorizado de Wedgewood, que decorreu nas intalações da mundialmente conhecida fábrica de porcelana inglesa. A equipa do "Sala das Máquinas" esteve presente com o único veículo Português inscrito, que foi alvo de muitas perguntas e fotos durante todo o evento.

Maioritariamente um evento de autocarros clássicos, muitos são porém os veículos clássicos de todo o tipo que acorrem a este festival. A crise é contudo visível nos veiculos pesados que relativamente a anos anteriores e segundo a organização , registaram uma queda ligeira no número de unidades presentes.