Sunday 30 August 2009

Lago Como-Itália




George Clooney escolheu bem quando pensou no lago Como para comprar uma casita. Situado a poucos Km de Milão, ( um paraíso para os adeptos das "grandes marcas" de roupa, onde andar de Vespa com um fato Armani não é nada de estranho...) mesmo na fronteira da Suiça, é um Paraíso que precisa de ser visto. Mas não foi pelas suas águas límpidas, pelo seu bulício de cidade cosmopolita italiana que aqui me detive mais do que o agendado.


Sim, já desconfiam que tem a ver com máquinas. O lago Como é o único local da Europa onde se pode voar em hidro-aviões! Assim sendo, não podia deixar passar esta hipótese em claro. Cortesia do Aeroclube de Como, pude pela primeira vez tomar os comandos de um Cessna SkyhawkII com flutuadores, algo vedado à maioria dos pilotos. Mesmo a minha licença sendo apenas válida no UK ( NPPL) foi com agrado que a 2500 pés de altitude sobre Bellagio, tomei os comandos do Cessna. Um pouco de "trimming" para vencer a "força" que os flutuadores fazem para baixo, e de resto é como "qualquer" 152 ou 172 normal.






Tive de chegar o banco todo para a frente, para o centro de gravidade ficar mesmo debaixo da asa, e após o catamarã dos turistas passar e as ondas abrandarem, eis que pela primeira vez experimentei o "full throttle" sobre as ondas para descolar. Impressionante e inesperadamente incómodo. Parece que estamos a descolar sobre escombros! A "sabonária" das ondas a fazer força contra os flutuadores, e o motor Continental a " berrar", fazem parecer impossível a descolagem. Esta dá-se, já com o aviso de "stall warning" activo! E eis que nos elevamos no ar, com a silhoueta do Cessna lá embaixo no lago Como.

A vantagem dos hidroviões, é que a "pista" pode ser mais para a esquerda ou para a direita, e não acaba como as "outras". Em contrapartida, fiz o piloto italiano também ranger os dentes de inveja, porque ele nunca voou em pistas de relva , ehehehe!


Palavras para quê? Eis s fotos de mais uma etapa desta Van Tour pela Europa. Estou hoje em Luzern, na Suiça, cidade cosmopolita e com uma Vida nocturna surpreendente.


Até já.

Wednesday 26 August 2009

Riviera francesa,Côte de Azur e Itália




Um destes veículos, é um sonho apenas ao alcance de poucos conhecedores. Um ícome reconhecido e desejado em todo o Mundo. O outro é um Lamborghini.






Cannes. Paixão à primeira vista. A voltar incessantemente a partir de agora...



Neste momento, estou em Veneza, após ter passado por Pisa, Livorno,Pádua,Florença,Modena,Ferrara e Bologna.



A cidade fortificada de Lucca, a poucos Km de Pisa, merece uma visita demorada, e pode-se alugar bicicletas para melhor conhecer as ruas. E beber água de fontanários com Fiat 500 em frente.



Em Génova, parece que estamos permanentemente na concentração de Faro, com motos e "aspiradores" permanentemente a engolir-nos e a cercar-nos nos semáforos. Algo nunca visto. De certeza que deve haver um "aspirador" para cada morador!


Em Pisa, surpreendentemente, pode-se estacionar sem problemas junto à àrea do Monumento inclinado, embora a ladroagem meta vergonha aos de Belém. Em duas horas, vi mais pessoas a fugir e a gritar que lhes tinham roubado qualquer coisa, do que em duas semanas frente aos pastéis de Belém. No entanto, umas ruas à frente, agradáveis pizzarias onde se pode almoçar calmamente com a carrinha à vista.

Pisa já cá "mora". A outra com tomate e chouriço também...



Em Livorno, aproveitei para fazer uma revisão à carrinha, que já cá "moram" 3500 KM. Meti-lhe também óleo na caixa. Cortesia do especialista de carochas italiano de Livorno, Cantone Ricambi. Em Itália fecha tudo entre o meio-dia e as quatro, por isso, tive de esperar para abastecer e fazer-me à estrada.


No túnel do grande prémio do Mónaco, praticamente à mesma velocidade. Ora, qual a diferença entre 360 e 60?


As praias desta região, começam agora a ser de pedra escura, e de areia grossa, mas a "aguinha" continua a ser do melhor, e azul clarinha. Nota também para a passagem pelo Mónaco, onde vi mais Lamborghinis e Ferraris do que Sal tenho no saleiro lá na cozinha. Mercedes e Bmws, são para as cabeleireiras e cozinheiros. Os barcos na marina,são maiores de que muitos prédios de três andares .

Eis algumas fotos, e até já.





Guiar um "Pão-de-forma" pelas ruas do Mónaco...Priceless.


Uma carrinha portuguesa na marina exclusiva do Mónaco. Quelle glamour!

Saturday 22 August 2009

Marseille

Lloret de Mar: Adolescentes imberbes e reformados vêm aqui de propósito. Eu vim comprar um iman para o frigorífico...E ala daqui para fora.( Minha rica Sesimbra...)




Para falar a verdade, nunca fui muito de ir a outros países " balneares". Para quê? Quando se conhece a Lagoa de Albufeira ou a Fonte da Telha, ou a Praia da Mata, com aquele comboio que é um dos poucos exemplos restantes na península ibérica de narrow gauge inglesa, é difícil pensar que haverá algo que valha a pena a diferença.
Ainda por cima alguns dias depois de ter passado umas manhãs horríveis na Lagoa, a ouvir gajos a vender gelados com cornetas para trás e para a frente, de páis a gritar com o Francisco para não pôr areia no iogurte, e de ter de estacionar a pão-de-forma em cima de um lancil com dois palmos, e ter de andar depois quase quinhentos metros para estender a toalha em cima dos pés de um adolescente, e sobre a cabeça da dona Maria de Massamá, ir para praias não era propriamente o que tinha em mente.

Para ajudar ao clima, eis que passo pela praia-obrigatória dos estudantes imberbes e reformados portugueses ( LLoret de Mar) onde a custo consigo estacionar para comprar um iman para o frigorífico ( Um vício que me vai levar`a perdição, eu sei...) mas foi só. Chusmas e chusmas de reformados e putos com a barba ainda a crescer, e um transito infernal, LLoret de Mar é tão atraente como cobrirmo-nos de mel e deitarmo-nos ao sol junto a um formigueiro. Portanto, malta reformada e putos que acabaram o 12 ano: A não ser que seja para passar o fim de semana a beber cerveja barata e a levar negas da loura da turma B, vão antes para a Costa que ficam servidos namesma. E além disso, qualquer gato pingado com uma pão-de-forma velha de 1964 vai a LLoret de Mar , por isso não é grande coisa.



O charme de uma carrinha com 50 anos. A prova de que os clássicos não é só gordos de cachimbo e descapotável.



A surpresa, veio sob a forma de uma requintada praia a poucos quilómetros da fronteira francesa, Roses. Com um aérodromo simpático que se pode ver os aviões da estrada a aterrar, espaço para estacionamento razoável e gratuíto, coloca LLoret a um canto. Pela paisagem fenomenal, pela praia forrada de jovens de topless, pelos restaurantes e arquitectura cuidada, cercados por alamedas de canais onde repousam barcos topo de gama, e pela hipótese de experimentar ski, jet ski ou paraquedas a reboque por preços módicos. ( 50 Euros por hora parece-me bastante aceitável. Volta de avião sobre a região, com duração de meia hora, 70 Euros. )

Por uma hora, troquei a Pão-de-Forma... A bela praia de Roses.




Cheguei entretanto a Marseille, na Cote de Azur, cidade belíssima das perseguições dos filmes. Pode ser que faça uma perseguição com o James Bond atrãs da Pão-de-Forma, num Aston Martin. Nunca se sabe.

Até amanhã.

Friday 21 August 2009

BARCELONA!

Se eu quisesse, dava para jogar às cartas. Próximo de Soria. O casaquinho, é que ainda são sete da manhã, e está friozinho. Dentro de três horas estariam 42 graus...


Desculpem lá.



Não consigo pronunciar esta palavra, sem me vir à cabeça aquele hino de Montserrat Caballé e Freddie Mercury. Sim. A velha pão-de-forma de 1964 " dos ciganos" que ninguém passava cartão e dizia que " já devia estar no ferro-velho" ( em 1989) fez já 1600 Km.



Após uma travessia " do piorio" de Espanha ( Será antes Marte? Ou o deserto da Califórnia?) com 42 graus, poucas áreas de serviço e subidas a 40 à hora com camiões colados ( e danados por não conseguirem ultrapassar...) eis que chego à cidade de Gaudi, onde a par com a imponente catedral da sagrada família, uma modernidade surpeendente cumprimenta o visitante.



Catedral da sagrada família, Barcelona. Impressionante.




Com uma praia repleta de belas jovens de biquinis de uma só peça é extremamente difícil apreciar a arquitectura da cidade debaixo de 35 graus. Por isso, praia com ele! E a pão de forma, permanentemente requisitada pelas mesmas jovens para tirar fotos.
Barcelona é uma cidade descontraída e moderna, onde surpreendentemente existe pouco bulício próprio de grandes cidades. " Não vás com "isso" lá para dentro!" - aconselhavam-me desde sempre , quando dizia que ia a Barcelona com uma carrinha de 1964. Não faz sentido. Circulei por todo o lado, e mesmo ao lado da catedral, estacionei GRATUITAMENTE, onde os turistas tiravam fotos ao lado da pão-de-forma.
Deixei acabar o combustível na tirada de ontem ( 572 KM) mas como tinha um "jerrycan", bastou abastecer e continuar. Reparei o fio da buzina, e meti um taco de madeira entre o pára-choques e o escape,porque fazia um barulho que parecia uma Ford Transit velha a trabalhar.

Quanto a conclusões motorizadas nesta etapa, concluo que o "progresso " e as auto-estradas, são só para meia-dúzia,porque milhares e milhares de camiões vêem pela estrada nacional, entupindo-a e deixando a Auto-Estrada livre. Para que servem então as Auto-Estradas? Progresso?

Depois temos " A CEE". Um bicho que obriga muitos países a curvarem-se sem reservas e a prestar-lhes vassalagem incondicional, destruindo as referências de sempre, baralhando a vida às pessoas e construíndo Aeroportos, Auto-Estradas e TGVs insustentáveis, mas que a outros apenas origina um leve sorriso acompanhado de ouvidos de mercador.
Se bem se lembram, era "proibido" haver postos de combustível debaixo dos prédios: Era perigoso, e " agora era a norma da CCE".
Pelos vistos aqui, acabou a graxa para Bruxelas,porque postos em prédios é mato! Depois , a estupidez de municípios " desenvolvidos" de criar parques para motos, é apenas mais uma medida para ostracizar um meio de transporte de massas económico e urbano por excelência: Na terra de Gaudi, milhares e milhares de motos estacionam impune e gratuitamente sobre qualquer lugar, tornando-as numa escolha prática. Parques para motos, é matar o conceito de moto. É como vender preservativos picados com um alfinete. É Os responsáveis que criam parques para motos, são uns burgessos de todo o tamanho. Eu ando de moto,porque é prático como o caraças. Paro mesmo em frente, em cima do passeio. Se eu tiver que ir colocar a moto num "parque" da próxima vez que fôr ao Banco, podem crer que para a próxima, em vez de uma Vespa levo um Ford Escort velho.

Bom, deixo-vos por hoje, porque estão por aqui umas espanholas a amandarem-se para a piscina à bruta, e estão a molhar-me o laptpop. Sim. Eu sei que é foleiro trazer o laptop para a piscina. E depois? São dez da noite, e estão 22 graus...
Até já.





Anos e anos a ir de moto para a praia, é no que dá. Força do hábito. Mas a malta dos "aspiradores" desculpou...

Tuesday 18 August 2009

A Van Tour. Aventura europeia " Pão-de-Forma".


Partida de Cacilhas, junto do bem retornado farol " emprestado " aos Açôres durante trinta anos.




Pronto. Chegou a altura. Conforme já tinha vindo a " ameaçar" há alguns meses, eis que me meti ao caminho. Após ter apresentado o meu último livro em Portugal, com o inexcedível apoio da RDP Internacional, eis que me meti ao caminho por essa Europa fora utilizando a minha "pão-de-forma", que como sabem, é o nome dado à carrinha que era " dos peixeiros e dos ciganos". Hoje, como é dos "morangos com acúcar" e da " malta do sârfe", já é da moda e acham todos muita gracinha.


O culto das pão de forma é universal. Aqui junto de uns amigos Espanhois que se juntaram durante uns quilómetros à Van Tour.




Como desconfiam, não é por nenhum destes argumentos que elegi este veículo para servir de "nau" nesta viagem de descobrimentos pela Europa. Esta " pão de forma" acompanha-me desde os tempos da tropa, e já a empurrei para pegar muita vez. Já lhe tapei buracos de podridão com muito betume e jornais enrolados. Já lhe carreguei no lombo muitos tijolos e caixas de velocidade enlameadas. E motos velhas. E militares embriagados.Mas pronto.





Nicholas, Jan e Mike Silva, numa partida simbólica para os media na torre de Belém. Os amigos não se medem por nacionalidades...




Se me permitem, e se quiserem ser os meus co-pilotos nesta viagem pela Europa numa velha pão-de-forma de 1964, acompanhem-me neste espaço durante os próximos 15 dias, onde colocarei fotos e texto resumindo a minha viagem, e eventualmente fazendo desvios de percurso para beber uma Super Bock sempre que se justifique.



Chegada a Tomar, e decidir quem vai assar as sardinhas...



Circular com uma pão-de-forma pela Europa, é uma experiência que roça o inimaginável e o caricato. A surpresa e a novidade encontram-se ao virar da esquina. Iniciei esta viagem com a companhia de três outras PDF ( Pães de forma) Holandesas e Francesas. A holandesa, do meu novo amigo Jan, partiu o motor no Algarve e veio de reboque até à margem sul. Desmontou-se tudo em dois dias, graças ao extremo profissionalismo e dedicação do Cãndido da "clínica dos Carochas" e pudémos partir juntos no Domingo. A francesa, de Nicholas, de 1961, juntou-se à "comitiva" porque nos encontrou em Tomar.



A toda a Velocidade ( Hmmm...70 KM/h...) ás cinco da manhã sensivelmente próximo de Abrantes.




Após dois dias de são convívio, os meus amigos seguiram para Vilar Formoso e eu vim para Bragança. Estou já a 600 quilómetros de Lisboa, escrevendo aos meus amigos a partir do átrio de um Hotel em Bragança. Dentro de uns dias, voltarei a colocar aqui mais qulaquer coisa. Qualquer sugestão, reclamações ou apoio moral, por favor não hesitem em deixar aqui o vosso comentário.


Peso da Régua, dia 2. E um belo jantar em tacho de barro preto...


Obrigado aos meus patrocinadores Hugo Peças, Vintage Vans, RDP Internacional, Topos & Clássicos, Restaurante a Fragata, Tracker Systems, Practical classics e Tecto de Nuvens por terem sempre acreditado neste projecto.
Não perca a reportagem detalhada na revista "Topos & Clássicos" sobre esta aventura.

Wednesday 12 August 2009

Um País em obras. Para melhorar?

Os operários tinham de correr para poder encontrar um bocadinho de estrada ainda por escavacar em Portugal...



Eu sei que já desconfiavam que alguma coisa de estranho se estava a passar. De repente, o Sala das Maquinas parou de se actualizar. Estou em Portugal. Para tirar folga das "máquinas", eis que me passeio por este jardim à beira mar plantado em autênticos chassos e ferros-velho que não lembra a ninguém. Como tenho tanta vergonha de dizer quais as montadas que me têm passado pelas mãos, optei por não colocar fotos neste post.

Desde AX Diesel de dois lugares com o tablier carcomido e partido, a carochas sem inspecção, passando por Renaults Chamade sem para-choques e triciclos casal da praça, tudo me vem parar ás mãos.

Mas não é isso que me trás aqui. Como emigrante que sou, e porque passo a maior parte do tempo fora de Portugal, é com natural isenção que observo tudo o que se passa em meu redor, se calhar de uma maneira que passa despercebida à maioria dos portugueses.

Portugal, como sempre, é um estaleiro em obras permanente. Uma estupidez de todo o tamanho, para um País que se diz viver essencialmente do Turismo. Não há sítio por onde passe que não esteja em obras e com vias cortadas. Terreiro do Paço. Cril. IC19. Segunda circular. Sintra e Pero Pinheiro. Costa da Caparica. Acessos a Almada. Centro Sul. Amadora. Imagino isto multiplicado pelo resto do País.

Não consigo pensar numa razão que leve algum turista a voltar a semelhante estaleiro de construção. Normalmente, fazem-se obras para melhorar. Mas estarão as coisas realmente melhores? Será preciso tanta PUTA de obra por todo o lado? Será preciso eu comprar um tractor JCB para andar por aí? Será isto o desenvolvimento? Poderei eu dizer em breve" Ah, agora sim!"? Será que isto vai ter fim? Será preciso tanto viaduto e pontezinha para o mais simples acesso? Será preciso esventrar uma avenida durante meses para passar debaixo de um acesso local onde passam dois ou três carritos por hora?

O fim de uma obra, apenas marca o início de outra! É assim há anos! A paisagem circundante muda a um ritmo avassalador!

Vejo tudo a mudar: Os acesssos, que no ano passado eram sentido proibido, agora são de dois sentidos. Os que eram de dois sentidos agora são sentido proibído. As ruas que antes só se podiam descer, agora só têm transito a subir. Ou seja, exactamente como estavam há cinco anos... Provavelmente voltará tudo ao mesmo depois das eleições...

Em Inglaterra, um museu de Aviação, tem catrapázios enormes na Auto-Estrada, a explicar onde saír. Em Portugal, temos de andar pelas terrinhas a perguntar aos agricultores onde fica a Base Aérea. Para depois lá chegar e estar o museu fechado para obras! Uma desilusão.

Sei que para o ano provavelmente voltarei, para encontrar mais obras, "melhoramentos essenciais", e mais desilusão. Mais centros comerciais e metros de superfície a passear o maquinista. Mais estádios e auto-estradas. Mais Mercedes e BMW. Mais telemóveis em cima das mesas do café.

No entanto com tanto "desenvolvimento", será que a Vida das pessoas será melhor? Voltará a valer a pena morar em Portugal? Aqui fica a questão...

Saturday 1 August 2009

Um helicóptero no Supermercado!

O Wasp esperançado em vôos altos, à porta de um supermercado de preços baixos...


Um helicóptero estacionado no parque de um dos supermercados Tesco... Não se trata de nenhum novo-riquismo, nem de nenhum serviço de entregas domiciliárias . O gigante comercial britânico, associou-se assim desta forma a um grupo de restauro de helicópteros antigos, disponibilizando espaço para este divulgar o seu trabalho.

" Desanimar", é um Verbo muito difícil de conjugar no Reino Unido. A vontade de vencer e de levar a nossa ideia avante, é primordial e não capitula perante nada. Imaginem por exemplo, encontrarem um helicóptero velho e destruído, abandonado num campo de tiro a servir de alvo para artilharia, e decidirem recuperá-lo? O suficiente, para noutros países, em conversas de café, ser imediatamente desmotivado e ser aconselhado a desistir.

Imaginem, mesmo que fossem bem sucedidos, e conseguissem adquirir os "restos" do aparelho, que precisavam de encontrar praticamente todas as peças, e um local para o restaurar? Onde iam arranjar o dinheiro? Desistir, seria novamente uma opção que gritaria nos nossos ouvidos.
Não para esta malta: Organizando-se num clube, o X-Ray Tango Helicopter Club, arranjaram instalações em Devon, Cornwall, e nada melhor do que arranjar fundos do que expôr o Helicóptero à porta dos supermercados Tesco, deixando as pessoas experimentar e tirar fotos.
O Wasp em acção. Uma visão cada vez mais rara...


Construído em 1959, este Westland Wasp, versão naval do Scout, apenas com a diferença de que possui rodas em vez de patins, serviu na Royal Navy até 1972, onde foi desmobilizado e desmontado para aproveitar peças. A restante "carroçaria" foi então cedida a um campo de tiro, para servir de alvo a artilharia. Até ser resgatada em 1999 por um grupo de entusiastas que não parou perante nada para devolver o aparelho aos tempos de glória de outrora. A maioria das peças necessitou de vir de países como Africa do Sul, Bolívia ou Canadá. O motor , um Westland Nimbus de 968 cavalos foi cedido por um aparelho mais moderno, que também utilizava o mesmo tipo de propulsor. Apesar de ainda faltar muito para concluir o trabalho, é já visível o resultado do empenho deste clube, e a adesão das pessoas é agradavelmente positiva.

Desbravar o caminho das ideias, é sempre uma tarefa ingrata. Começamos sempre sem ninguém, e desmotivados. O desalento ameaça sempre apoderar-se da nossa alma. Mas sabemos que uma vez a caminho, outros seguirão o nosso trilho e nos encorajarão. Aqui fica, mais do que uma História de um restauro, a lição de que o Impossível, é apenas algo que ainda não foi tentado...