Thursday, 31 December 2009

Bom ano, e boas rotundas...



Um Bell 47 em Aranda Del Duero, Espanha. E completo...Soubessem eles o preço de um nos leilões...(Grua precisa-se!)






Em Portugal, mais do que ajudar no tráfego, as Rotundas são o artigo mais em voga e à mão de semear dos políticos locais e das autarquias: Quatro anos a marimbarem-se para a terra, e uns meses antes das eleições lá saem uns trabalhadores à rua para esburacar um cruzamento que até nem tinha muito trânsito, e fazer uma rotunda. Momentos antes das eleições, a obra aparece feita e a populaça ainda mantém fresquinha na memória o frenesim de cilindros, tractores e camionetas numa azáfama para terminar a rotunda, e coloca a cruzinha junto à fotografia dos mesmos de sempre. Job done.






Um Siai-Marchetti militar em Lucca, Itália. Porcca Miséria!!!






Podia ser pior: Normalmente, os municípios colocam sempre umas florzinhas na Rotunda, ou se sobraram mais uns tostões, uma qualquer obra ferrugenta a simbolizar o proletariado, o povo, tão necessário de seduzir em tempo de eleições. Mas em muitos lados colocam aeronaves. Sei que Portugal está um bocado a salvo disto, porque basicamente se colocassem um avião de ALUMÍNIO numa rotunda, na manhã seguinte só lá estava o pedestal. Ao preço que anda o preço dos metal, a malandragem escusava de andar a arrancar portões ,fios de telefone e anúncios das auto-estradas para vender ao peso. Um A7 ou um Chipmunk ao peso dava uns tostões..








Um caso raro de "rep-rep" ( Replica replacement): O Fairey III d de Gago Coutinho reproduzido em escala real para exposição outdoor estática. Um sucesso.





Por essa Europa fora, parece uma espécie de moda, colocar aeronaves em rotundas. Eis algumas imagens que tirei durante a minha viagem pela Europa, que mostra a preocupante tendência decorativa de alguns municípios europeus.







Numa área de serviço nos Alpes, Suiça. Um deHavilland Vampire, o primeiro avião militar a jacto de série...



Como sempre, alguns países mais desenvolvidos e dados ao restauro e conservação do património aeronáutico, há muito que desprezam essa opção , dado o preço astronómico que as aeronaves clássicas e antigas atingem nos mercados mundiais. Nos Estados Unidos e em Inglaterra,por exemplo, as aeronaves mais antigas colocadas junto aos portões das bases aéreas, estão a ser substituidas por réplicas em fibra de vidro! As aeronaves outrora expostas aos elementos, são agora completamente desmanchadas e recuperadas quer para exposição estática, quer mesmo para condições de vôo. Vendidas depois a preços que chegam a atingir os sete dígitos!


As bases aéreas continuam a ser a "última" esperança" para preservar aeronaves do Passado. Mesmo que seja em cima de pedestais e à chuva, sempre atrasa a ida para o sucateiro...



...Embora muitas comecem a instalar já réplicas de fibra de vidro...


Por isso, é de esperar que em breve, os municípios comecem a receber ofertas de particulares para comprar as " decorações" das rotundas. Nada que certos países se precisem de preocupar,pois os aviôes clássicos nem sequer chegam ás rotundas, e transitam imediatamente para o Estrangeiro ou para o sucateiro mais próximo...



Um bom ano para todos. Janeiro assinala o segundo aniversário do Sala das Máquinas. Fiquem atentos.

Friday, 25 December 2009

Bom Natal,como antigamente...


Hoje vivo num país onde a noção de Natal está bastante deturpada. Natal para esta malta, significa andar a correr feito tonto desde Setembro de loja em loja às compras.

Os mais "tradicionalistas" ainda percorrem os supermercados em busca de perús inteiros para depois lhes retirarem as entranhas e forrarem o bicho com fiambre e carne assada. Mas quando se pergunta " E mais?",poucos conseguem dizer mais do que " deitar as embalagens vazias para o lixo no dia seguinte", ou ver filmes repetidos na Televisão.

Muitos têm uma vaga noção de que o Natal é uma festa religiosa, mas depois ficam mesmo de boca aberta, quando lhes dizemos que o único símbolo que conhecem, o Pai Natal ,é um velho gordo suspeito vestido de vermelho que usa mão de obra infantil e apenas trabalha uma noite por ano a introduzir-se ilegalmente em residências e a beber ginjinhas inventado pela Coca-Cola nos anos 30. Empurrado para a nossa cultura por doses maciças de filmes americanos parvos repetidos,engolímos o Pai Natal goela abaixo, regado com Coke, sem podermos vomitar.
Ninguém ainda explicou aos parvos dos putos, como é que um gordo entra chaminé adentro , em casas que nem sequer têm chaminé, sem se sujar de fuligem, bebe bebidas alcoólicas e tripula um aparelho que desafia a gravidade e é mais rápido do que o Concorde. Não ajuda também o fulano magrinho com barba a caír no centro comercial a dar balões e panfletos de ofertas do Oculista.

No entanto, se bem se lembram, Natal era o menino Jesus e presépios. ìamos apanhar musgo para fazer um presépio numa base de madeira com terra,barro e jornais. Os bonecos do presépio duravam anos, embora já faltasse a cabeça a um dos reis magos, e São José estivesse pintado com canetas de feltro pelo puto mais novo. As ovelhas pareciam mais câes perdigueiros malhados, com as cabeças roídas e gastas. Num Natal, os pais do Joaquim até puseram um comboio elétrico no "display", e toda a malta da rua era convidada para ir lá a casa ver. Eu quis copiar e fiz um com bonecos de plástico de guerra, e tanques. Mas a minha Mãe disse-me que não era propriamente um tema natalício, ter nazis de plástico emboscados num monte brandindo granadas contra o estábulo do menino Jesus. Que servia de barricada a um Panzer e um jipe. À meia-noite ,depois da consoada íamos à igreja ( de motorizada) e abríamos as prendas no dia 25 de Manhã. Por entre as meias da Avó e lapis para pintar oferecidos pela vizinha, era sempre um gosto receber carros de corrida de plástico que depois iam competir com os carros de corrida de plástico que os meus amigos recebiam no Natal.

Mas lembro-me da alegria que era o Natal, em tempos que não havia muito dinheiro e centros comerciais eram ficção científica. Desejo-vos hoje essa mesma alegria, e que transmitam aos vossos filhos a alegria do Natal, que não se mede em valor das prendas, mas sim em momentos partilhados e memórias a recordar para o Futuro. Feliz Natal, como antigamente...

Sunday, 20 December 2009

A Eletricidade "não me convence"...



Esta é a frase "eleita" para ser mais rapidamente proferida por quem quer ter a sua opinião sobre a tracção elétrica. Não "convence"porque temos sempre ao virar da esquina uma bomba de combustível, ainda por cima com uma simpática moçoila a atender. Assim, nunca pensamos duas vezes antes de abastecer o nosso Renault Clio acerca dos benefícios da Electricidade como meio de propulsão. Basta pegar na carteira e pagar. Pronto. Quero lá saber da Electricidade para alguma coisa...





" Se a Electricidade acaba de repente no meio de nenhures, depois quero ver"...


É verdade: Porque a Electricidade como meio de propulsão ainda não encontra grande simpatia por parte do público, o desenvolvimento de meios de recarga e da própria tecnologia das baterias estagnou. A tracção elétrica existe desde o Séc.XIX, e mesmo nomes como Porsche começaram
as suas carreiras construíndo veículos de tracção elétrica.





O sentimento de que ter "líquido" no depósito de combustível é mais palpável e fiável do que ter Electricidade, algo que não conseguimos ver e que apenas podemos monitorizar com um indicador no tablier, contribui para essa "sensação": Mas o que acontece por exemplo com os Laptops, ferramentas sem fio, Câmaras fotográficas ou com rádio-transmissores? Quando a carga acaba, simpesmente retiramos uma e colocamos outra. Sem pensar sequer nisso.
O problema, actualmente, está precisamente em não haverem "cargas" que se possam simplesmente substituir facilmente em viagem. É um facto, que não podemos ,para já, utilizar um veículo elétrico para grandes deslocações entre cidades. Mas para uma utilização puramente citadina, começam a haver postos de recarga gratúitos por todo o lado, e a muitos dos utilizadores de carros elétricos é-lhes possível recarregar o seu veículo no local de trabalho durante as horas de serviço.



Vantagens imediatas do veículo elétrico:

A melhor altura para começar a optar por um veículo elétrico,curiosamente, não é no Futuro, quando a tecnologia ja estiver generalizada. É HOJE! Hoje, podemos usufruir de locais gratúitos de estacionamento e de recarga, e o "chefe" lá no trabalho fechará os olhos quando utilizarmos uma tomada para recarregar o nosso veículo. No Futuro, se calhar, quando toda a gente começar a andar de veículo elétrico,acabarão as "benesses" e os estacionamentos gratuítos e passarão a ser veículos como outros quaisquer. O momento para começar a usufruir do Veículo elétrico é HOJE.
Hoje, podemos passar por umas bombas e rir descaradamente do assalto generalizado ás nossas carteiras por um litro de combustível. Cada dia que passa, sobe um cêntimo ( Pence, no meu caso...) Qual de nós é capaz de negar a extrema raiva que sente quando tem de ir a uma bomba abastecer e vê aquels preços de que não pode escapar? O Veículo elétrico é sobretudo uma vingança suprema e um pontapé no traseiro das petrolíferas que engordam milhôes todos os dias á custa do automobilista.
O motor elétrico possui um rendimento muito superior ao de um motor de combustão interna,não precisa de óleo e apenas gasta energia quando se move. Consegue mesmo recarregar as baterias em descidas ou em desaceleração.





Desvantagens do veículo elétrico


Claro que as há. Os Ferrari têm desvantagens. Os Autocarros têm desvantagens. Os Helicópteros têm desvantagens. O Veículo elétrico tem desvantagens. Tais como o seu exorbitante preço de aquisição e preço dos sobressalentes como as baterias. A sua pouca autonomia. Perfeito para ir para o trabalho e às compras, mas pouco mais. Por enquanto. A sua velocidade. Embora existam já puros desportivos como o TESLA, o veículo elétrico é inerentemente vagaroso por motivos de economia e de peso. A produção de electricidade para estes veículos, continua a ser de origem fóssil, produzida em centrais nucleares ou térmicas. As baterias ão produzidas com metais pesados e contêm àcido venenoso difícil de reciclar. Chamar "verde" a esta tecnologia, é por enquanto arriscado.

O Futuro da tracção elétrica

Quer queiramos,quer não, quer sejamos "convencidos" ou não acerca da tracção elétrica, ela veio para ficar. Quanto mais depressa nos apercebermos disso e abraçarmos esta forma de propulsão ,aprendendo e tirando partido dela, melhor para nós. Praticamente todos os fabricantes de carros trabalham para apresentar modelos elétricos, mesmo marcas impensáveis como a Land Rover , a Porsche ou a Morgan. Os aviões elétricos são uma realidade, com o Yuneec, a obter certificação de vôo nos EUA, e depois, certamente, pelo Mundo fora. As motas elétricas são já aos milhôes,proporcionando mobilidade a preços que é fartar de rir. A Renault pensa já colocar à venda o seu Kangoo elétrico, esperando atingir a meta audaciosa dos três milhões de unidades vendidas já em 2014.



A tracção elétrica vêm aí, e para a Eletricidade como tracção nos "convencer" basta passar em frente de uma bomba de combustível e ver o tamanho do nosso sorriso. De 20 Euros por semana a praticamente zero, a velocidade de aceitação dos veículos elétricos é enorme e imbatível...

Sunday, 13 December 2009

Lembrando os "aspiradores"...Ou como iamos estragando tudo!

Não acredito que era "isto" que fazia os adolescentes suspirar nos anos oitenta...( E a Kim Wilde, mas isso é outra conversa...)


Há uns anos atrás, quando as motorizadas eram ainda coisa para " homens", ou trabalhar nas obras e andar de capacete "Blade" ou "Motassis" empoleirado na cabeça era o expoente máximo da virilidade inquestionável,costumávamos chamar ás ridículas scooters de plástico o nome de " Aceleras" e "Aspiradores". Porque era só preciso rodar o punho do acelerador para se colocarem em movimento. "Aspiradores",porque com um vigoroso movimento do punho direito a pequena moto arrancava com dificuldade fazendo um barulho parecido com um aspirador Hoover. " Secador de cabelo", também lhes costumavamos chamar. Pelas mesmas razões.

Independentemente da velocidade ou do esforço, os ridículos veículos emitiam sempre um som equivalente a uma vaca a mugir através de um algeiroz:" Muóóóóóóóóóhnnnnnn!" . Lembro-me de, como qualquer adolescente nos anos oitenta, atirar o barro à parede lá em casa, colocando folhetos estratégicamente colocados com imagens das lustrosas motos. Verdade seja dita, a Honda Vision com aquele azul fluorescente a tresandar a anos oitenta, era um "must" ás portas das escolas secundárias, contra as quais as Vespas 50s usadas cheias de betume nunca poderiam competir. Como poderíamos justificar ás miúdas do "Oitavo D" que nos fazíamos deslocar no mesmo modelo de moto do Ti Arlindo peixeiro que até tinha um pára-brisas e um caixote de fruta preso com cordéis na traseira?
Mas dar o equivalente a dois salários , ou o triplo do que custava uma Vespa em segunda mão, não estava propriamente na agenda de muitas famílias a braços com a crise económica dos anos oitenta em Portugal ( Que se me perguntarem, julgo que nunca mais acabou e ainda dura até hoje...) Os "órfãos" dos aspiradores, foram então em boa hora empurrados para o universo das Sachs e das Casal Boss. E das Vespas. Para as urtigas com os "aspiradores"!

Casal: Uma moto como deve de ser. Para malhar então, não há melhor... ( Guarda-lamas da frente e silenciador, acessórios para os "betinhos"...)


Em suma, não haviam nomes jocosos suficientemente ultrajantes para classificar aqueles veículos. E em boa justiça, perfeitamente aplicáveis. A custar largas centenas de "contos de reis", as diminutas motorizadas mais não eram do que frágeis eletrodomésticos com um tubo de ferro fininho a fazer de quadro, cobertas por plástico que amarelecia com o Sol, e um motor e sistema elétrico feitos por camponeses num país oriental.Nunca haviam peças sobressalentes nem plásticos para substituir os partidos, por isso ao contrário da Vespa, esse ícone do motociclísmo que quando caía nunca se partia, apenas precisava de betume e umas marteladas, estas pequenas scooters " aspiradores" eram frequentemente um conjunto de ferros desengonçados a deslocarem-se na via pública com escape roto.

Circular num veículo destes, era o mesmo que passear nú no Rossio pintado de verde ás bolinhas com uma bandeira a dizer " Por favor, detestem-me!" Um verdadeiro suicídio social.Nunca soube como é que a malta que tinha "aquelas coisas" nunca considerou antes ir a pé ou de autocarro. Assim de repente, não me consigo lembrar de um veículo mais tenebroso e detestável. Talvez o Citroen AX...

Esta história vem a propósito de quê? Bom, no passado Verão, quando fiz uma pausa numa etapa da minha viagem pela Europa a bordo de uma Volkswagen, parei no meu barracão em Tomar, onde repousam os "restos" da minha Vespa 50s da minha adolescência. Passou à "reforma" quando mais tarde comprei uma 150 Sprint. Precisa de um volante magnético, e claro, betume.
Como qualquer jovem dos anos oitenta que se preze, tive de ir trabalhar para as obras numas férias grandes para poder comprá-la. " As motas são perigosas e ainda te matas nessa m****", era a frase de eleição dos nossos pais, que por peso na consciência, ou genuína falta de dinheiro nunca condescenderam em nos comprar uma moto. Graças a não ter tido papás que me compravam tudo, pude experimentar máquinas mais "pobres",mas indestrutíveis que me deixaram memórias indeléveis. Amandei uns malhos do caraças, mas fiz viagens e passeios extraordinários onde aprendi a respeitar as máquinas e a apreciá-las. Lagoa de Albufeira-Costa da Caparica pelo areal numa Piaggio Bravo.
Almada-Almeirim de Casal Boss. Lisboa-Porto de Vespa . Lisboa -Barcelona de Vespa. Recta do Infantado de Gazela 50cc a fundo a 45 km por hora ( A caminho da estação do Barreiro, para o Faria embarcar a mota para Beja) Almada-Beja de Sachs V5. Eu sei lá...

Os "aspiradores", entretanto, desapareceram do mapa, pulverizando-se em pequenas peças de plástico, e condenados por falta de peças e pelas modas. Se eu tivesse tido uma, se calhar tinha-a partido toda em menos de nada, e nunca mais queria saber nada de motas. Hoje em dia, a indústria ainda insiste nestes eletrodomésticos de plástico, e muitos modelos continuam a jorrar diariamente pelas portas das fábricas, mas felizmente, feitos com a mesma qualidade e durabilidade. Muito pouca ou nenhuma.O que poupa a Humanidade de ter de pactuar muito tempo com estes objectos. De novos a lixo, apenas decorrem um par de anos, e podemos nos esquecer delas e continuar com as nossas vidas. Meros electrodomésticos produzidos o mais barato possível para nos obrigarem a ir comprar outro passado pouco tempo. Tal como uma máquina de lavar velha, um frigorífico ou um Citroen AX. Ou um aspirador...

Monday, 7 December 2009

Mike Silva doa receita de livro para jovem entre a Vida e a Morte

Mike Silva autografando um dos exemplares de "A´procura do Amanhã". O autor doou toda a receita obtida na festa de Wrexham. A generosa comunidade desta cidade do País de Gales respondeu ao apelo e conseguimos juntar 220 Libras. Mas é preciso mais...


Hoje não vou falar sobre carros. Vou falar sobre o Fábio Tamiça, um amigo nosso de 23 anos que veio para Inglaterra tentar uma Vida melhor, e de momento está preso a uma cama , necessitando de uma operação urgente ao cérebro. Tem a vista parcialmente afectada, e o desespero a apoderar-se da alma de todos os que lhe são queridos e estão ao seu redor.


Pensamos sempre que o mal só acontece aos outros. Às vezes pensamos que temos problemas.A Família do Fábio desesperada por não conseguir obter um crédito, escreveu à Presidência da República a pedir ajuda, e recebeu um "Não temos dinheiro" de um organismo que tem a garagem cheia de Mercedes e BMWs. A Presidência da Républica remeteu esta família desesperada para a Secretaria de Estado das Comunidades, que nunca mais disse nada e como qualquer organismo público português que se preze , se esteve marimbando para o assunto.
Emigrantes, só interessam quando há eleições...
A Família escreveu também para programas de Rádio e Televisão, e compreensívelmente estando todos a braços com inúmeros pedidos de auxílio semelhantes , apenas Manuel Luis Goucha respondeu,prontificando-se para ajudar. Obrigado, Manuel.


A bola, está do lado da comunidade portuguesa em Inglaterra. Na qual, eu orgulhosamente me incluo. O jornal " As Notícias", o único média português publicado no Reino Unido, associou-se a este apelo, e criou a campanha " Uma Libra para o Fábio", em que basta um décimo dos leitores passar no Barclays e depositar uma Libra, para que o Fábio consiga as 10 Mil Libras necessárias para ir à Moldávia efectuar esta operação junto de um especialísta de renome com elevada taxa de sucesso nestas operações.


Não sabemos o desfecho que isto pode ter. Eu como não consigo parar de pensar em maneiras de ajudar esta família, decidi doar toda a receita dos exemplares de " À procura do Amanhâ" que conseguir vender nos próximos tempos. No passado Sábado, na Festa da comunidade portuguesa em Wrexham, consegui angariar 220 Libras ( Cerca de 250 Euros) com isto, que imediatamente depositei na conta desta família. Espero que consigamos reunir a comunidade portuguesa em redor desta ajuda, para demonstrar que afinal, quando queremos,podemos fazer a diferença.


Para quem viver no Reino Unido, e quiser doar alguma coisa, passe pelo Barclays e deixe lá qualquer coisa, o que puder dar. As finanças da malta não andam grande coisa com o Natal, mas com boa vontade sempre se arranja alguma coisa. Não sei se existe conta em Portugal. Está aqui o link da notícia, se estiverem interessados:




A conta é : Barclays 40843040 Sort Code 20-67-37
Quem dá aos pobres e necessitados, empresta a Deus.Força Fábio. Havemos de conseguir...

Thursday, 3 December 2009

Ahahahahahahhahahahahahahahahahahah




( Foto meramente para fins de ilustração. Não coincide com o modelo anunciado)

Não sei que título dar a este post... Digam de vossa justiça:

Seat Ibiza Van Sport (130cv) ano 2002, Ar condicionado: automático, Airbags: 2, Jantes em liga leve, frisos laterais na cor do carro pneus novos á frente (2000 km) barras de tejadilho jantes especiais - Cor: preto- Transmissão: MANUAL - Combustível: Diesel Preço 12 000 Euros

Fonte: Anúncio no "CM"

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BMW 3 Series Touring Full Black leather 2007

5 doors, Estate, 6 Months RAC Warranty, Air Conditioning, Computer, Full Leather Upholstery, One Owner From New, Remote Locking, Alloy Wheels, CD Player, Full Service 7.999

Fonte: Revista Autotrader, Inglaterra


Convém se calhar dizer, que actualmente as Libras e os Euros andam mais ou menos pelo mesmo. Quer dizer: Um chefe de família em Portugal, tem de desembolsar practicamente o DOBRO, para comprar uma camioneta atarracada de dois lugares com oito anos em cima. Por quase METADE , o mesmo chefe de família pode aceder a um familiar decente com pouco mais de dois anos!

Isto é uma palhaçada. Depois vêm as "instituições" do costume, dizer que protegem os direitos dos automobilístas,blablabla, que "representam o sector" e artimanhas dos mesmos manhosos do costume. Soma e segue. Há que facturar a arranjar almoçaradas com a malta do governo e com os importadores.

Não tenho palavras para descrever isto. A treta da "CEE" que iria acabar com os impostos entre os países, blablabla etc, é só para "inglês ver". Literalmente. Mostro estes valores aos ingleses e eles só perguntam " ...But why?".
Isto continua a ser tudo uma granda treta para a malta ir comprar Smarts a seiscentos contos à Alemanha e a vendê-los por dois mil ao "desgraçado" em Portugal. Uma Citroen Berlingo de 2002 na Holanda custa trezentos contos, em dinheiro do antigamente...Já que estamos a falar de comerciais. Miséria!

É uma tristeza para as pessoas não puderem ter um nível de vida melhorzinho, e de certos países estarem "entregues". Um chefe de família em Portugal , para ter um carrito melhorzinho, tem duas hipóteses: Uma, endivida-se até aos cabelos para comprar um Matiz. Outra, compra um Ford Fiesta velho de duas portas e mete lá a família toda dentro. Já experimentei as duas, obrigadinho.

O povo tem o que merece. Continuem a votar nessa malta...

Sunday, 29 November 2009

Aterrar na Portela !



"Mas...o aeroporto não é para alí?..."




São sempre imagens que nos são familiares. Após horas sobre nuvens e sobre paisagens distantes,lá embaixo, que mal conseguimos distinguir, eis que como "aperitivo" começam a aparecer lugares que nos deixam colados a vidro.
É facil saber que estamos a saír de Inglaterra: O tapete irritante de nuvens desaparece mal passamos a costa inglesa a Sul. A partir daí, é sempre um Sol radioso que nos acompanha até à Portela.


A Portela. Lisboa. Parece impossível como é que um Aeroporto com tanto movimento, fica situado dentro de uma cidade como Lisboa. Se os Lisboetas estivessem familiarizados com termos como "Undershooting", viveriam muito preocupados. Se a actividade de piloto de linha aérea não tivesse submetida a tanto treino e procedimentos de segurança, não sei como seria. Passar sobre o Hospital de Santa Maria, a conseguir distinguir a matricula dos carros, não é para todos.


É algo preocupante, controlar um aparelho de várias toneladas que vem a perder velocidade desde a Costa da Caparica. Isto se fôr para a terrar na pista 3,claro. Se fôr para a pista 21, em VFX já tem de fechar a "torneira". Quase sempre aterro pela pista 3. Quase como se o piloto se tivesse "enganado", continuamos Mar adentro sobre o farol do Bugio, um pequeno farol instalado numa ilha artificial ao largo de Lisboa. Parece ao menos atento nestas coisas, que o Piloto adormeceu e nos leva Mar adentro. De repente, o Sol dentro da cabine começa a desaparecer e a aparecer no outro lado. Olhando pela janela, o Mar está ao nosso lado. O poderoso inclinar que nos faz perder alguma altitude, coloca-nos de novo no "caminho" certo". Embora ainda a não consígamos ver, pois estamos a cerca de dois Km Mar adentro além da Costa da Caparica, sabemos que a pista 3 está algures uns valentes Km mais á frente, passando o Tejo e parte de Lisboa.


Costa da Caparica.



Embaixo, as barracas misturadas com o crescimento desenfreado e especulativo da Costa da Caparica,refletem o Sol agradável de um fim de tarde. Venho a Lisboa tratar de,precisamente,novos vôos no campo dos Media. A ver vamos. Almada e a construção desenfreada,feia e especulativa, quase tapam o Cristo-Rei. O parque da Paz, apenas um esforço verde cercado e prestes a ser engolido pela avalanche de cimento e de prédios. Agora o Tejo. Cada vez mais próxima, a obra da United States Steel Corp, mais conhecida por Ponte 25 de Abril, surge magestosa como nunca, naquele encarnado-tijolo sobre um rio esverdeado e órfão de barcos. A velocidade do aparelho é agora bastante reduzida, e percebe-se na oscilação e no abanar da fuselagem. No entanto, estranhamente, parece que estamos cada vez a voar mais depressa, com a crescente proximidade do solo.

O aqueduto das águas livres, outra obra monumental da engenharia pombalina, parece desta vez algo infantil e pequeno, quando comparado com o gigantismo das vezes que costumava passar debaixo dele no eixo Norte-Sul, aos comandos de uma Hornet 600. O Hospital de Santa Maria, quase que nos possibilitava ver as matrículas dos carros lá estacionados, não fosse a velocidade agora assustadoramente elevada, comparada com os carritos que circulam cá fora. A Segunda Circular surge como um flash, e mal damos por isso, já estamos nas "boundaries" do Aeroporto da Portela. De repente, tudo desapareceu, desde casas a carros e árvores, para dar lugar a um vasto espaço relvado em redor. A grande pista 3, cerca-nos agora de ambos os lados, enquanto o A317 bamboleia gentilmente e se contorce num "flare", que o irá fazer perder o resto da sua velocidade para permitir a aterragem.


Aqueduto das águas livres...



Finalmente, o Airbus "cai" do ar, aterrando na Portela, Lisboa,Portugal. Os potentes "spoilers" que saem do topo das asas ajudam a diminuir a velocidade do avião, e auxiliam os travões. O potente Airbus é agora nada mais do que um gigantesco autocarro desengonçado a evoluir a passo de caracol pelas zonas de "taxi" em direcção ao terminal.
O resto não interessa. É apenas esperar em pé com a ânsia que abram as portas, e dar todo o episódio como um dado adquirido. Algo banal. Aterrámos. Sem um mero olhar para toda a beleza do vôo e do que a Humanidade conseguiu para tornar estas viagens possíveis. Em breve estaremos cercados de BMW e Mercedes e a ver anúncios com um gordo a dizer que podemos ter dinheiro fácil na nossa conta, bastando para isso telefonar. Soubesse eu e não tinha ido para o Estrangeiro...


Portugal. Aterragem na Portela e travões aerodinâmicos accionados




Sabia que:



- O momento exacto da aterragem é na verdade um "cair" do céu. O avião perde velocidade a tal ponto que já não se aguenta no ar e cai. Mas como está a alguns centímetros do solo, não faz diferença.

- O interior de um avião é "território" do país que partiu, até que se abram as portas. Mal as portas se abram, o interior do avião é "território" do país onde aterrou...

- A malta dos cafés dá "números" ás pistas da Portela sem saberem do que estão a falar? ( Já ouvi chamar " 002", " 25", " O64", etc...). Ora isto é assim: As pistas têm como número, a sua orientação geográfica. Norte 36 ( 360 Graus), Sul 18 ( 180 graus)Assim , a Portela, com duas pistas, tem na verdade,quatro. Cada ponta da pista tem um número. Assim, temos a 3 ( 30 graus), mas se nos aproximarmos pelo outro extremo será a 21 ( 210 graus), e a 35 que no outro extremo será a 17. Este são os graus na Bússula.

Thursday, 19 November 2009

Jaguar E: Clássico para exibicionistas?




Nunca gostei muito do Jaguar E. Melhor dizendo, da "Cultura" que gira à volta do Jaguar E. Eu explico: Lá em Portugal, tenho uma amiga que é delegada de propaganda médica, que me diz que " se tivesse dinheiro", era um Jaguar E que comprava. Isto é preocupante, vindo de alguém cujo gosto pessoal de carros,passa por escolher entre um BMW série 3 ou um Renault Megane, tendo como parâmetros de escolha os espacinhos no tablier para meter trocos da portagem. Como o Megáne é "giríssimo", eis que os reboques da assistência na estrada têm agora mais um cliente para ir buscar à área de serviço de Oeiras com um tanque cheio de gasolina sem -chumbo 95. Um carro que diz em letras garrafais " Diesel" na bagageira...

Depois temos a malta do café. Sempre que davam aquelas reportagens no Telejornal, de malta com posses a passear num qualquer encontro caríssimo e exclusivo a bordo de calhambeques desengonçados, com música de Glenn Miller como pano de fundo, eles diziam " era um destes que eu queria".( Depois queixam-se da pouca difusão do panorama dos clássicos: Sempre com músicas a cheirar a mofo como banda sonora...)

"Já andaste num?"-Perguntava.
-"Não, mas mete estilo..."- classificavam.
-" Tem doze cilindros". Mas também um camião da TIR e um barco da Transtejo...

Mete estilo... O problema, é que eu também nunca tinha andado num. Quero dizer, andado, tinha, mas era sempre com um dono de cachimbo ao lado, a apontar-me com os óculos ( Ou "o óculos"), para o conta-rotações para não passar dos 3000,porque senão tinha de vir uma peça " de Inglaterra" que não havia. Qualquer tentativa para "apertar com o bicho" na A5, era sempre desaconselhada,por causa de uma afinação ou de uns pneus caros que tinham vindo " de Inglaterra".






Para mim, em suma, o Jaguar E sempre foi uma peça cara de museu utilizada por pessoas com dinheiro que pouco percebem de carros, para meter "estilo" a pessoas com falta de dinheiro que não percebem de carros.
Andou sempre tudo à volta de gostar de um carro sem muito bem saberem porquê. Ver um Jaguar E a acelerar " como deve de ser" sempre foi uma utopia e ficção científica. Como Portugal ter um Governo decente,por exemplo.Entretanto eis que descubro em Inglaterra um Jaguar E , e uma pista. Sem restrições. Sem "olhe que o friso do tejadilho se se perde, tem de vir de Inglaterra"... Estamos em Inglaterra,por isso, que se lixe. Pela primeira vez podía ver afinal o que era isso do Jaguar E. Como proprietário, em vez de um executivo de cachimbo, tinha alguém que me dizia " Desculpe não ter cinto de quatro apoios, tenha cuidado...". Ia guiar um Jaguar E-Type, que até tinha umas jantes e pneus para andar "mais à vontade", guardando as de raios para ir passear a fumar cachimbo.

Esqueci-me que este carro era inglês, e não americano. Na minha cabeça, um Jaguar E-Type seria uma espécie de "tábua com um motor", apenas um desenho belíssimo assente numa mecânica obsoleta, capaz de profundas acelerações a direito, mas traiçoeiro e desajeitado nas curvas. Rapidamente deixei caír o maxilar, ao aperceber-me de como pouco afundava num percurso de "slalom". As generosas dimensões do "E-Type, seguras de uma forma autoritária por um chassis que mistura o monobloco com uma estrutura multi-tubos,fazem perceber porque é que o Mundo ficou espantado quando apareceu o "E". Por mais que provoque o "gato", ele rí-se alarvemente das minha tentativas para o domesticar, e avisa-nos: O respeito pela maquinaria impôe-se e o Jaguar ameaça cravar-nos os dentes se pusermos o pé em ramo verde. O capot a levantar, o barulho de "caça" inglês a descolar para a batalha e o conta-rotações a subir de um modo obsceno, fizeram-me ranger os dentes e cerrar os punhos com força em volta do volante. Foi mesmo disto que o médico me receitou!







Acelerando com um silvo metálico quase bélico, e vendo apenas a saída de ar do capot no bordo junto ao para-brisas, eis que o "E" se catapulta empurrado por uma "primeira"propositadamente longa. Sinto-me envolto em tecnologia inglesa. Como se estivesse no interior de um motor "Merlin" ou no compartimento das bombas de um Vulcan. Os mostradores "Smiths" delicadamente apontam-me o comportamento, como um professor a mandar um aluno para o canto da sala com um simples abanar de cabeça. A resposta dos travões é surpreendentemente eficaz, detendo o "E" quase a pique, sem fadiga de maior. Excepto,talvez para os pneus.

A Jaguar foi a primeira marca, em 1958, a adoptar travões de disco de série nos seus modelos. O feeling a bordo é extraordinário, e o "pedigree" desportivo herdado dos XK e dos " D-Type" permanece intacto.Estou num Jaguar E-type, um dos mais emblemáticos carros da marca e da História do Automóvel. Um puro -sangue. Que carro impressionante. Inacreditável. Mais uma curva apertada, com o piso molhado a deixar agradavelmente " fugir" a traseira, e a frente a corrigir imediatamente com uma contra-brecagem perfeita. Magnífico. Outra curva agora para o outro lado. Agora uma pisadela no acelerador para ouvir aqueles três carburadores SU " Side-draught" a assobiar. Após uma sessão de dez minutos, saio dificilmente como entrei, para sentir o aroma misto de gasolina e metal quente a crepitar por debaixo do capot, emanando como uma fragância por entre as entradas de ar.





Os engenheiros não estiveram a fazer "isto" para andar a 30 a fumar cachimbo...


Como é possível um carro destes passar-me despercebido durante todos estes anos? Estes carros não são possívelmente adversários para os "racers" de hoje.E depois? Ninguém compara Pink Floyd com Eminem. Como ícone que marcou uma época, o " E" permanece incólume e a angariar cada vez mais seguidores. Embora muitos deles continuem a optar por os ter na garagem e ir apenas a encontros esporádicos fumar cachimbo.Mas nada podemos fazer quanto a isso, porque a perda é deles...

Tuesday, 10 November 2009

Quando o Futuro morreu...

O fabuloso Concorde que fez sonhar gerações...


Quando, a 24 de Outubro de 2003, o Comandante Mike Bannister aterrou pela última vez um Concorde em Heatrow vindo de New York, exactamente ás 1605, proferiu entre lágrimas e voz tolhida pela emoção a célebre frase" A partir de hoje, o Mundo é um lugar maior".
O fim da operação comercial do fabuloso avião em forma de Delta, capaz de ligar a Europa à América em pouco mais de duas horas, deixou a Humanidade surpreendida e apreensiva: Mais do que o fim de uma carreira de 27 anos de uma aeronave de excepção, a mensagem clara de que o progresso e o desenvolvimento poderiam retroceder a qualquer momento, eram uma ameaça real. Hoje um avião, amanhã o desenvolvimento de uma vacina,por exemplo.


Melhor do que um Concorde...


Dinheiro. Com um custo de operação comum a um avião supersónico de 10 Milhões de Libras por ano por aeronave, a rentabilidade do Concorde sempre foi uma dor de cabeça tanto para a Air France, como para a British Airways, as duas únicas companhias que operaram o Concorde durante a sua existência. Apesar dos preços proibitivos e exclusivos de uma viagem London-Ney York, ambas as companhias mantiam com esforço as aeronaves como porta-bandeira de países desenvolvidos. A crescente crise mundial , e o acidente em 2000 na descolagem em Paris que vitimou todos os ocupantes, ditaram o fim do avião de passageiros mais rápido alguma vez construído.

Uma saudade que deixa a Aviação e a humanidade mais pobre


As origens do Concorde,remontam a 1956, quando o Supersonic transport aircraft comitee ( STAC) foi criado para estudar a eventualidade de criar um avião de transporte supersónico de passageiros. Não era fácil: Criar um avião que aguentasse as extremas pressões de operação com passageiros a bordo não equipados com fatos especiais, e capaz de efectuar vôos entre continentes com um orçamento próximo de um lançamento espacial, eram coisa praticamente impossível, nos tempos em que transporte aéreo de passageiros era sinónimo de DC6 ou de Super-Constellation com motores radiais de pistons.

Em 1962, Charlles de Gaulle propôs a colaboração entre França e Inglaterra, porque nenhum dos dois países tinha fundos suficientes para levar a cabo semelhante projecto. As empresas inglesas Rolls-Royce e Bristol Siddeley fabricariam os potentes motores em conjunto com a francesa Snecma. Em 1964, uma pequena versão chamada de "Concord" voou para demonstração, embora o "francesismo" tornasse o aparelho conhecido por "Concorde", acrescentando um "E" que os ingleses aproveitaram para explicar como significando "England" , Europe", e " Excelence".


Se estas imagens não fazem a pulsação subir, você está clinicamente morto...

Em Abril de 1969, voou pela primeira vez o Concorde 002, de origem inglesa, um mês depois dos ensaios em pista do 001, de origem francesa. O primeiro aparelho comercial saiu da linha de montagem de Filton em 1971, e rapidamente o aparelho foi mostrado em todo o Mundo . A China e os Estados Unidos, estaríam entre alguns dos interessados, mas o acidente com um Tupolev 144 russo, aeronave similar alcunhada de "Concordsky", e a legislação de ruído americana puseram um travão na aquisição de algumas unidades Concorde.


Uma beleza de fazer parar o trânsito...


Para provar o potencial de um Concorde, tal como um teste automóvel, foi feita uma "corrida entre um Concorde e um Boeing 747 no ano de 1974. O Boeing sairía de Boston em direcção a Paris, e o Concorde faria o trajecto no sentido oposto. O Concorde aterrou em Boston, esperou durante 68 Minutos no solo, e levantou vôo novamente em direcção a Paris, chegando 11 minutos ANTES do 747! O Mundo ficou rendido ao Concorde...





Uma corrida que o Concorde afinal perdeu...



No final dos anos setenta, o governo britânico anunciou que não financiaria mais a Rolls-Royce nem a British Aerospace. Em 1983, um Concorde fez a travessia mais rápida entre New-York e London, com 2 horas e 55 minutos. A partir de 1984 a British airways ficou encarregada do financiamento da parte inglesa do projecto. A 25 de Julho de 2000, o Concorde de matrícula F-BTSC despenha-se na descolangem vitimando 109 passageiros e tripulação e quatro pessoas no solo.


Apesar deste acidente, o Concorde foi a aeronave mais segura alguma vez posta a voar. Em 27 anos de carreira, apenas uns problemas de vidros partidos e defeitos menores no controle do leme de direcção. A história do Concorde entristece-nos, porque faz-nos sentir mal por termos nascido fora de um país e época onde era possível observar semelhante aeronave em vôo. Visitar actualmente o museu de Duxford, ou o Aeroporto de Manchester, onde se encontram dois aparelhos abertos ao público, é como visitar um mausoléu ou uma campa. O Futuro e o desenvolvimento morreram um pouco no dia em que retiraram de serviço semelhante máquina dos céus. Como Pai, é-me difícil explicar aos meus filhos que um dia, voava-se entre dois Continentes em menos de três horas, e hoje demora-se seis a sete. "Porquê"? -Perguntam-me. Não sei responder...



Pássaro de alumínio? Concorde...


Nem sei responder também, porque suspiro quando olho para linhas tão belas. As mais belas jamais desenhadas para um avião, se me perguntarem. Pensem no termo "pássaro de alumínio" e reparem na extrema parecença com uma foto do Concorde. Pode ser que um dia, o mito renasça das cinzas. Porque será que guardam um único Concorde em Manchester pronto a voar?


Guarda de Honra dos Red Arrows no último vôo



Na memória dos Homem, a breve passagem terrena deste sonho da Aviação que foi o Concorde, ficará gravada pelos mais diversos motivos. Na de um miúdo português nos anos setenta, a memória de ouvir o tema " Concorde " da orquestra de Franck Pourcel ( Disponível no Youtube), e a olhar para a imagem da capa do LP sonhando que um dia faria do vôo a minha ambição e modo de estar na Vida.


Obrigado Concorde. Descansa em paz...



Para ouvir até perder os sentidos: http://www.youtube.com/watch?v=AfGVAalCwwE

Friday, 6 November 2009

A VW meeting in Portugal




I thought you would like to have a peek into whats going on in a Portuguese VW meeting. And also, this is an excuse to remember the mates I left behind. "Is there any VW Scene in Portugal"- So you ask me often. Of course there is. Vws were once the real "peoples car", and most families had one . My dad had one. I did my exam in one, in the Air Force. A dual control one, with big lettering in the back bumper saying "Instrucção".( Driver under instruction).




I am in the VW scene since the early eighties, where beetles were pretty much the backbone of the poor people transportation. Cheap, reliable, easy to "have-a-go" mechanics, with parts easily found ( usually for free) in the countless wrecks left on the streets, the beetle was a free encyclopaedia of mechanics for a twelve-year old boy. I found very amusing being able to withdraw an engine from a beetle in ten minutes. Using just a pair of pliers and a 17 spanner!

The first meeting I attended, i mean, driving, was the VW Flash in Nazare, in 1989. A fishermen village north of Lisbon. Few cars, happy people, and beetle talking troughout the weekend,enough for you to slash your wrists or bore you to death. Nevermind. Unforgettable. As the scene caught on, opportunists "organisers" started to rip you off with extorsionary fees to attend meetings. You would take the car, you would pay, and the " organizers" would be congratulated! I kind of had enough of that and preferred the local meetings ever since. Or better still, spend the "admission fee" with my family, in a nice trip aboard the vw.



Campers are called in Portugal as " Pao de Forma", which means something like loafbread, given its shape carved like a "Hovis" bread. The Beetle, is known as " Carocha" which means exactly that, a beetle. At the meetings you are bound to find the same old "Technicians" and "Experts" that will gladly point at you that your number plate screws are from a 63 model and not, as you wrongly thought, from a 64 model. But there are also people that think VW are just a marvellous excuse to meet like minded people and to share experiences and tales of having a beetle.






There is an extensive "catalogue" of aircooled vw in Portugal, and it would be very difficult to find which beetle is "mainstream" or common. There are of course plenty post-68, but also plenty pre-68. Although, comparing with the UK, there is a shortage of "wedges", and the 4x4 Synchro are virtually inexistent.






Camper vans, just like mine, were some few years ago "gipsies vans" and "fishmonger vans". which would deem you socially unacceptable. No one would want to be seen in one, let alone have one! The Type 2 ( Camper vans) were just a cheap alternative as a goods vehicle and that was it. They started being admitted in the vw shows as something "funny" that by a strange coincidence, had the same engine as the beetle!




This is our "pub". A nineteen-forties retired boat converted as a Bar-Restaurant



As the years went by, they became scarse and suddenly, they became a sixties icon. Everybody wanted the "surf" or the "hippies" van. "Cute", as they say. There is nothing worse for a vehicle than being "cute". This is a meeting from "Clube Carocha do Seixal", the people with which I used to go and have some pints. These Photos were taken in August, just south of Lisbon. Mind you, this is just a local meeting, with local people. There are main events with hundreds of cars, ( extorsionary-organisers meetings) which i will post some photos . If I ever set foot in such place again...




Monday, 2 November 2009

Sala das Máquinas na corrida mais antiga do Mundo!



Automóveis em Inglaterra, é com Mike Silva e Sala das Máquinas...Pior que o "Dumdum". Não escapa um...



Uma corrida onde o carro mais MODERNO foi produzido em 1905, tem de ser algo obrigatoriamente visto. A London to Brighton Veteran Car Run ( LBVCR), é um evento que junta centenas de automóveis ( Bom, chamemos-lhes assim) com mais de cem anos, para uma corrida entre a capital inglesa e o Sul de Inglaterra, numa distância de 86 Km. Uma prova que apenas parou em tempo de guerra, desde a primeira edição realizada no longínquo ano de 1896. Esta corrida ,organizada pelo RAC, um dos automóvel-clube britânicos, surgiu como uma celebração do fim da "Lei das Locomotivas de estrada" ( Road Locomotives act) que obrigava os veículos a não exceder as 4 Milhas por hora ( seis Km por hora).


Cada edição desta prova conta sempre com cerca de 500 inscritos de todo o Mundo!



Oitenta e seis Km... Ora, isso fazemos nós em meia-hora, nos dias de hoje, com alguma "compreensão" da Brigada de Trânsito...O problema é ter de fazer este percurso em algo, que basicamente é um estrado de tábuas sobre dois ferros, com um motor de tirar água, a fazer 120 rotações por minuto. Em que o termo " protecção contra os elementos" significa um oleado e fazer todo o percurso completamente encharcado. Em que o termo " chauffage", pertence ao domínio da ficção científica. Estes carros foram produzidos num tempo, em que existia um clube EXCLUSIVO, para membros que conseguiram atingir os 30 Km por hora! The Twenty-Mile-An-hour club... No entanto, é expressamente proibído exceder esta velocidade na prova. Não existe sequer registo do número da chegada a Brighton, tornando este evento numa autentica " Gentlemen Driver Racing.



"Ugh! Cara -pálida circula numa carruagem sem cavalos..."



Circular nas estradas, foi em tempos um exercício de dar a manivela, trepar para cime de uma caixa com rodas, e deslocar-se a uma velocidade pedestre, debaixo de chuva torrencial, tendo um "pchaf-pchaf-pchaf-pchaf" de barulho de motor como auto-rádio.





O Sala das Máquinas acompanhou a única equipa portuguesa participante no evento, a bordo de um Cadillac de 1903 ,propriedade do Dr. Vilar, trazido especialmente de Aveiro para a popular corrida.


Aqui ficam algumas fotos da edição deste ano da "corrida" London-Brighton. Um evento a memorizar.


A chegada a Brighton é sempre um momento especial para as máquinas e pilotos







Chuva,chuva,chuva, e vento. E mais chuva,chuva,chuva e vento. E mais chuva, chuva,chuva e... Ora, isto é Inglaterra! O que é que querias?...



A única equipa portuguesa, com muita carolice , determinação e esforço para poder estar presente, a terminar mais esta edição do London-Brighton. Parabéns!
( Como sempre, não percam a próxima edição da revista "Topos&Clássicos" para uma reportagem alargada)