Friday 8 February 2008

As novas "leis" para os clássicos

Fartos de ver entrar pela porta dentro enchentes de carros "velhos"com meia duzia de anos, restos de paises desenvolvidos onde um chefe de família pode adquirir um carro "como deve de ser", mas que ainda podem ser vendidos por uns tostões a quem queira mostrar um "BM" aos vizinhos, o Governo lançou umas leis que podem cercear a liberdade de adquirir um veículo clássico no estrangeiro.

Este "ataque", surge na senda de outro duro golpe desferido ao proprietário de motorizadas, ainda não refeito de ,de repente ter sido espoliado da propriedade dos seus motociclos. Eu tenho algumas motorizadas há anos, e agora de repente,porque estou aqui a 2500 Km de Lisboa estão "ilegais", e tenho de pagar "multa" por não as ter registado. Coisa que já tinha feito quando as comprei. Mas eu já sei como lidar com isso á boa maneira portuguesa, e mais não digo.

Entretanto, parece que a DGV também mudou de nome. O costume! O experiêncialísmo inconsequente ao serviço de tornar a vida dos cidadãos mais complexa e dificil. Em Inglaterra, a DVLA sempre foi a DVLA, e o modo de tratar do registo de um veiculo sempre foi o mesmo desde há cinquenta anos. Não existem tipos de mãos nos bolsos com casamentos frustrados a tentar justificar o chorudo ordenado. Não há nada para "inventar". Já está tudo "inventado".

Por outro lado, a conversa nos cafés está ao rubro! Os "especialistas", desfazem-se em abanares de cabeça, assegurando que "isto agora" vai ser assim e assado. Pondo um olhar sério, falam de um modo que parece que finalmente as coisas vão entrar nos eixos, e não há "pão para malucos!"

As pessoas que sempre quiseram ter um veículo clássico, encolhem os ombros, e procuram nas páginas do "CM" um AX ou um Ford Fiesta velho sofregamente, pois com a "impossibilidade" de trazer carros do estrangeiro, estes modelos serão os próximos a ser alvo de cobiça.

Enquanto o Manuel do Cacém vê uma "oportunidade" de vender um AX por quatrocentos contos, e o dono de uma carroçaria de um Fiat 600 pôdre a põe á venda por 1000 contos, eu lembro-me com saudade do burburinho que as inspecções fizeram nos anos 90....

" Isto dos clássicos encosta tudo! " -Diziam os "especialistas"...- " Nas inspecções, há uma máquina que espeta uns ferros por baixo do chassis, para testar a ferrugem." . " Os carros são passados ao raio X"..." " O governo vai acabar com os carros antigos". " Isso acabou!"...

O tempo encarregou-se de demonstrar que afinal, nos poucos casos em que as inspecções são feitas sem fraude, estas serviram para melhorar o processo de manutenção a que os carros estavam sujeitos, e em suma melhorou o parque automóvel.

Acredito sinceramente que o Portuga, saiba contornar o assunto e levar água ao seu moínho. Isto é passageiro. Em breve, conscientes do que se "pode" ou não fazer, os veículos clássicos voltarão a jorrar pela torneira de Vilar Formoso adentro, desfilando com graciosidade perante burocratas impotentes que se lançarão de novo sobre as secretárias para tentar um modo de tornar a vida às pessoas mais difícil.

Mas então o meu amigo não terá que se preocupar, pois já estará ao volante de um clássico de renome, com lugar na Historia, e que custou o mesmo que o Zé Carlos deu por uma bicicleta ferrugenta na Automobilia de Aveiro.Isso de "Já não valer a pena" ir ao estrangeiro buscar clássicos, só vai fomentar a ganância de quem tem uma porcaria de um carro todo ferrugento para vender ,em vez de um genuíno interesse de recuperar o nosso espólio nacional .

Ponham isso na cabeça de " não vale a pena trazer carros do estrangeiro", que aí é que vão ver como é que elas vos mordem...preparem 300 contitos para uma bicicleta ferrugenta...

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