Saturday 10 January 2009

Reflexões sobre Portugal: Um passeio no Tejo

Construído em Aveiro, São jacinto...410 cavalos de potência...Não durmo em serviço!...

( Foto: Mike Silva)


Como gosto de dar um saltinho a Portugal no início do Ano! Não no Natal. Não na passagem de ano. No início do Ano. Fico a salvo das "operações " da brigada de trânsito com 10000000 de agentes nas estradas, e dos programas de fim-de-ano. Fico a salvo das perguntas " então, já vieste de vez",porque essencialmente apenas vou numa visita " higiénica" de um fim-de-semana, para não me esquecer que sou português. Gasto menos tempo e dinheiro em viajar de Manchester a Lisboa, do que de do Porto a Lisboa! Emigrante " lá fora"? só na cabeça das pessoas...


Poucos sabem que vou. Apenas quando volto, digo que lá estive, para evitar o chorrilho de desgraças e más notícias. Não. Quero apenas comprar um bilhete, e atravessar o Tejo, apreciando a região que me viu nascer. Sem telemóveis a tocar, a dizer que o João já se separou da Carla, e que o Fernando perdeu o emprego. E que assaltaram a bomba da via rápida mais uma vez.

Mas este não é um texto de pessimismo. Muito pelo contrário. Estamos no início de mais um ano, e apesar dos políticos nos darem a "novidade" que este irá ser um ano difícil ( Há quanto anos andamos a ouvir este discurso esfarrapado?), quem está de fora do País repara como algumas coisas estão melhor e são motivo de esperança.





Portugal tem um serviço de Saúde mais humano e higiénico do que Inglaterra. Não tão eficaz , é certo. Mas não se pode ter tudo. A comida e o Sol, são cada vez melhores, principalmente para quem sabe o que é fish and Chips e " English breakfast"...E anda com umas galochas e um guarda-chuva no porta-bagagens, mesmo em Julho...


As auto-estradas, estão ao nível das melhores do Mundo. Os preços, também,claro. Mais uma vez, não se pode ter tudo... Inglaterra tem auto-estradas construidas em 1950, e caminhos rurais alcatroados. Muitas das vezes, não cabem dois carros! Entre Carlisle e Edinburgo, não existe auto-estrada. Imaginem ir de Lisboa ao Porto pela Nacional, atrás de um camião!

Estacionar é gratúito! Claro que há parquímetros, mas não é a "roubalheira" generalizada de Inglaterra. Qualquer sítio, tem um parquímetro. Mesmo o supermercado local! E o parque de doentes do Hospital! Onde os médicos que lá trabalham PAGAM também! Que bom que é parar o Carro na Fonte da Telha ou no paredão em frente ao Tejo e ao bar BBC ( Esta agora!) e não ter de pagar parque. Como em Blackpool ou LLandudno.




( Foto de Mike Silva)

Dois ícones mundiais: A ponte construida pela United States Steel Engineering Corp, que custou 4 Milhões de contos, e tem a viga de ferro contínua mais comprida do Mundo. ( 140 metros), e o Cristo Rei, um agradecimento divino por termos sido poupados dos horrores da Segunda Guerra Mundial.




Portugal pode fazer melhor, e já provámos no passado que podemos ser uma nação de vencedores. O nosso País é aquele que nos dá condições para viver e onde podemos ousar sonhar. Portugal deixou de sonhar, e tornou-se muito rígido e sisudo. Portugal é o tal "velho do Restelo" ,mas muito mais doente e velho e resmungão.

Gosto de ir a Portugal, e passear nos Cacilheiros. Não me imagino ainda de volta,porque não conseguiria lidar com a mentalidade pequenininha, e vir de um País onde me dizem " Sim,porque não?", para um País onde me diriam" Não...porque não! E tem de tirar a senha para preencher o impresso..."

Estou de volta ao meu reduto britânico, com uns poucos convidativos cinco graus negativos, cumprindo a minha condição de português que ao longo dos séculos procurou outras paragens para se desenvolver, trabalhar e descobrir novos mundos. E sonhar. Sobretudo sonhar. Em aniversário de Sala das Máquinas, não podia deixar de anunciar que este vai ser um ano repleto de iniciativas no Mundo Automóvel e projectos que vão dar que falar .

Cumprimentos a todos os portugueses que um dia decidiram deixar a sua terra para procurarem um amanhã melhor, e começar de um folha em branco. Já agora,cumprimentos a todos os que equacionam fazê-lo.
Barco de origem alemã, comprado nos anos setenta. Ainda no activo.

1 comment:

Paulo said...

Caro Miguel Bom Ano

Eu vou falar por mim, é quando estamos fora de Portugal é que apreciamos as coisas boas que cá temos. Está bem temos defeitos, mas bolas temos muitas mais qualidades.
Agora temos é um grande azar na minha opinião, os maus exemplos vêm daqueles que nos governam, e claro em quem votámos.
Espero que tenha levado uns Pasteis de Belém.