Thursday 22 January 2009

A melhor máquina jamais construída pelo Homem!



O cartão de pontos nas bombas do comandante, era cobiçado por todos...


que dizer de um veículo que pesa 109 toneladas na descolagem capaz de voar a 27.500 m por hora, com uma potência de 25 milhões de cavalos, e dá a volta a terra em poucos minutos?

Iniciado nos anos setenta com o vaivém Enterprise, o antecessor do Columbia, esse sim o primeiro Shuttle a efectuar uma missão tripulada ao Espaço, o programa Space-shuttle ofereceu ao Mundo a possibilidade de sonhar mais além , possibilitando a colocação em órbita de satélites com diversos fins e a criação de uma estação espacial internacional, a 380 Km de altitude.
O que mais me desmotivou em puto, era o Space Shuttle se parecer decepcionantemente com um avião. "Ora bolas! Um avião que apenas voa mais alto que os outros-pensei." E naquela manhâ de Sábado de 1981, lá estava eu colado ao Segundo canal da RTP ( No primeiro estava a dar a TV Rural...) a ver especialistas em estúdio a flar sobre o Space-Shuttle. O facto de este " avião" ser forrado a placas de grafite, levou-me a sentar no sofá e a não responder à minha mãe que me chamava para almoçar.

A descolagem , iniciada por um "Ignition" proferido banalmente por um engenheiro qualquer na sala de controle do Kennedy Space Center ( De onde partem todas as missões), levou aquele "avião" de pernas para o ar lá para o alto, enquanto milhares de americanos em carros fatelos e vestidos como o "Dallas" e de barba por fazer em cima das caravanas em cape Canaveral observavam de Budweiser na mão aquele rasto de lume que fazia o Sol parecer uma candeia de azeite. O culto pelo Space Shuttle tinha nascido.

O tablier do novo Carocha, era um argumento de vendas importantíssimo...

Curiosidades sobre o lançamento:

Com uma dimensão de 37 metros de comprimento e 24 de envergadura, o Space Shuttle pouco menor é do que um Airbus A320. Mas o problema é que para lançar 109 toneladas a 27.500 KM por hora na vertical, tem as suas pôrras: Por exemplo, não podem estar nuvens a menos de 20 km da rampa, pois o rasto de lume com algumas centenas de metros costuma criar relâmpagos, o que não convém nada quando se tem ,basicamente, uma bilha de gás de seis andares de altura aparafusado à gente. Obviamente, se houver relâmpagos ou trovoada, a missão é abortada, e

os astronautas vão para casa ver o CSI ou outra coisa qualquer. Não existe missão do Shuttle entre Dezembro e Janeiro,porque o programa de computador, desenhado nos anos setenta, pode ter dificuldade em interpretar a passagem do ano, e deixar o Space Shuttle em maus lençois.

A nove minutos do lançamento, o GLS ( Ground Launch Sequence) começa iniciado por um computador, e a tripulação só tem de esperar sentadinha ( deitadinha), a pensar se não se esqueceu de nenhuma cláusula importante no testamento. Anedotas sobre sogras e musica country ajudam, mas volta e meia vem á cabeça que realmente, estão dentro do veículo mais potente que alguma vez alguém ousou construir, e dentro em breve, vão sentir qual é a sensação de serem empurrado para cima por 25 milhões de cavalos. A tripulação do Shuttle varia entre cinco e oito pessoas, mas em emergência pode comportar doze.
quando faltam apenas 16 segundos para o lançamento, potentes bombas enchem toda a plataforma de descolagem com 1100 metros cúbicos de água,para proteger o Shuttle de fissuras originadas pelo choque térmico e sonoro. Se uma Sachs faz barulho, imaginem 20 milhões de Sachs!

Por estes lados, ouvir o relato da bola é uma tarefa ingrata...

A seis segundos do "zero", os motores dos SRB , os foguetes atarrachados ao Shuttle, são postos em funcionamento, e têm de estar com 100 por cento de potência faltando três segundos para a descolagem. Caso contrário, o programa RSLS aborta a missão, e nesse fim-de-semana os astronautas vão ter de se contentar em pescar trutas no Missouri. Nestes três segundos, toda a plataforma do Shuttle se contorce e encolhe cerca de DOIS METROS, devido á força que aquele bicho raivoso faz na estrutura. Mas quando o " Zero " aparece, a estrutura já recuperou da fadiga, e dispositivos pirotécnicos libertam a estrutura que ainda segura o Space Shuttle à terra. Milhares de litros de água, são então empurrados para Sul, como se fosse uma bisnaga de carnaval gigante, enquanto duas toneladas de combustível são queimadas POR SEGUNDO.

Apesar de parecer que o Space Shuttle voa na vertical, e principalmente na HORIZONTAL que ele sai de órbita em direcção ao espaço, descrevendo uma trajectória tangente á superfície terrstre. A 126 segundos de ter leventado vôo, e de ter deixado mais uns milhões de putos de oito anos a querer ser astronautas, parafusos explosivos atiram para longe os tanques agora vazios de combustível, bem como os foguetes SRB. Agora, apenas os motores SSME ( Space Shuttle Main Engines) Rocketdyne II A propulsionam a nave pelo Infinito. Curiosamente, o comandante da missão tem mesmo de "tirar o pé" do acelerador, para não entrar em excesso de velocidade e poupar combustível. Chega mesmo a DESLIGAR os motores, quando a força atinge menos de 3G, e para evitar ter os motores em funcionamento em seco.O combustível é então poupado para o regresso.
O Hábito que o Zé Manel tinha de trazer lixo para casa, tinha de acabar!

O procedimento de regresso, é efectuado DO OUTRO LADO DO MUNDO, de cabeça para baixo e a sequência OMS ( Orbital Manoeuvre System ) é iniciada. Disparando os motores e apontando o nariz para cima ( O que neste caso significa, em direcção á terra), o Space Shuttle entra em òrbita terrestre a cerca de MACH 25, o que significa basicamente 12 vezes e meia a velocidade de um caça de combate a acelerar a fundo. Como convém, a esta velocidade o processo é comandado por computador, e apenas a 100000 pés de altitude, o comandante tem acesso manual à aterragem, operando os travões aérodinâmicos e o trem de aterragem . O Space Shuttle aterra como um avião de papel, sem motor. A velocidade de aterragem na pista, auxiliada por um pára-quedas de doze metros de abertura, é pouco superior à de um avião de passageiros normal, cerca de 350 Km por hora.

A tripulação tem de esperar alguns minutos, para o gás venenoso Hidrazyne, utilizado para propulsionar os geradores internos se dissipar. O Space Shuttle tem pistas de aterragem alternativas à base de Edwards, como por exemplo a base das Lajes e a de Zaragoça, em Espanha. Entre 40 outras. Existem rumores, de que alguém algures durante toda a missão, possui um dispositivo que destrói o Shuttle com uma explosão, caso o mesmo se dirija para alguma zona densamente populada.

O programa do Space Shuttle, terminará em 2010, e "qualquer pessoa" poderá comprar um destes pássaros de alumínio, se assim o desejar, por 42 milhões de Dólares. Desde que tenha nacionalidade americana. Sem motores, que custarão "apenas" mais 800 mil. Mas não terminará a lenda de uma máquina colossal,impensável,apaixonante, brutal e fascinante que fez sonhar gerações por todo o Mundo.


As noites de luar, estavam cada vez mais românticas...














3 comments:

Ranger Bob said...

Sem dúvida a máquina mais complexa construída pelo Homem! Não sabia que o vaivém ficava em terra durante a passagem do ano, interessante...

Uma pequena correcção: alguns segundos antes do lançamento não são os SRBs que começam a funcionar, mas sim os três motores principais. Só quando a contagem chega ao zero é que os SRBs entram em acção, já que não podem ser desligados.

markituz said...

so mais uma curiosidade acerca do space shuttle:
http://aquifalasedetudo.blogspot.com/2008/11/curiosidade-histrica.html

MS said...

Mea Culpa!

Aqui fica a rectificação, de alguém a quem de certeza o Space Shuttle preenche o imaginário.

Cumprimentos.