Eis a História em imagens, de vinte anos de convivência com um pão-de-forma. ( Perua para os meus amigos brasileiros, Kombi ou transporter. ) As fotos perderam alguma qualidade, durante o processo de "scanning".
1987: A foto mais antiga que tenho. Tirada por Pedro Caiado na zona do Fanqueiro,Cruz de Pau. Pintada a pincel, e sem seguro. Inspecções não havia. Tinhamos ido actuar na nossa banda rock a um clube recreativo. A frase " Pá: queres uma carrinha toda pôdre para tirares peças?", antecedeu a minha posse deste veículo...que uma semana depois já estava na estrada com uma bateria emprestada, e os buracos tapados com fibra e jornais... Hmmm! A carta ainda a estava a tirar...
1988: Pintura geral: Preparar,lixar,raspar,isolar,e pintar...meio dia! Estrada com ela. Cor: Dyrup Dysint 553.( em cima do banco da frente) Ali estou eu com dezoito aninhos... O " danger" foi escrito com tape. Já estava a adivinhar qual seria a minha próxima linguagem...
1992: A minha "quadrilha" da Força Aérea. Não me lembro que está lá dentro. Ainda vou " para os copos" com alguns destes "maçarros"... Mesmo que tenham sido OPinfs, e OPcarts e MMAs. ( linguagem militar,não liguem...) Aqui , preparávamo-nos para ir para a "piscina de cabos", após um da de instrução .
2000- Casar,mudar de casa,comprar móveis e cortinados...e a pão-de-forma á chuva debaixo de uma capa, com os putos apartir os vidros, e a Câmara Municipal a rebocar como "Veículo abandonado." ( Olhem para este artigo, seus cabeças de mula!) Isto lá parece que está abandonado?
Perdi amor a uns trocos, e mandei-a para uma estufa preparar e pintar. Vi estas cores num documentário sobre a Kombi, e gostei. Quero lá saber que não era a côr original! Acham-me com cara de conservador de museu?
2002: Primeiro encontro que frequentei com a "Pão-de-forma" já completamente restaurada. O final de oito anos de trabalho. Nunca tinha ido a um encontro de carochas com ela. Algumas coisas ainda por fazer, e o farolim da matrícula traseira, é de um BMW 520,para desenrascar. Como algum "técnico" fez o favor de me alertar... não há como o portuga para pôr defeitos...
Como reconhecimento do nível do meu trabalho, o principal concessionário da Capital, convidou-me a expôr a minha "Pão-de-forma" no salão principal,entre os carrinhos novinhos em folha.
Durante mais de uma década, lutei contra tudo e contra todos para recuperar um veículo comercial do estado de sucata,e conseguir trazê-lo para dentro de um stand. Fiz o percurso inverso. "Showroom condition",como dizem os ingleses. Este foi um feito de que muito me orgulho, e que de certa forma ditou o meu envolvimento com a cena automóvel mundial. Deixei o meu país para perseguir o sonho automóvel em Inglaterra e no resto do Mundo.
Bem hajam a todos aqueles que passam por semelhantes dificuldades, e rodeados de pessoas que insistem em dizer que não vão ser capazes. A todos os FDP que sempre me criaram obstáculos,me deitaram abaixo, me meteram em tribunal, não quiseram aceitar boleia da " carrinha do peixe" e etc e tal, o meu muito obrigado. Se não tivesse tanta raiva de voces, se calhar não tinha conseguido...
Corram atrás dos vossos objectivos!
2 comments:
Excelente!!!
Não é o único... Há mais quem lute contra marés de obstáculos, mesmo dentro de clubes de carros antigos. Então não é que até aí existe quem ache "estranho" andar SEMPRE de carro antigo?
Já restaurei de velho a novo, já estraguei de bom até podre, já manti, melhorei ou desleixei, mas sempre andei de carro antigo. Há-de ser até ao fim...
Um abraço de um carochista militante, que estou a fazer este inverno de chuva de 2008/2009 em pão de forma de 1966. Continue, e bons km's clássicos, Miguel Brito.
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