Não nos enganemos: A designação de "Pão-de-forma" surgida no auge da utilização do popular comercial da Volkswagen, tinha um sentido perjorativo. O aparecimento da Ford Transit, e a consequente eleição de um novo comercial para transportar peúgas nas feiras, levou a que o redondo e simpático comercial fosse ostracizado e progressivamente colocado atrás da barraca das farturas, à medida que a cultura " Poligrupo" avançava década adentro.
Aparecer ao volante de um "Pão-de-forma", ou sequer ser visto a bordo de um, era como ser designado automaticamente de vendedor de peixe, cigano ou feirante. " Deixa-nos aqui...", pediam os meus amigos metros antes de chegarmos ao destino. A corrosão avançada que ameaçava deixar cair a porta em cada semáforo, ou a ejectar violentamente o que sobrava do pára-choques traseiro sobre o carro que vinha atrás, originando um choque em cadeia, era um argumento válido para progressivamente menos pessoas utilizarem um "Pão-de-forma". Nunca soube se aquelas imagens de violentos acidentes á noite no Telejornal, tiham sido originadas por mim,porque várias vezes chegava a casa com peças a faltar.
Ninguém olhava duas vezes para uma "Pão-de-forma". Essa é que é essa.
Entretanto, a imagem do "flower power", dos surfistas, dos filmes , e o facto de uma"Pão-de -forma ser um veículo estupidamente fácil de manter, fizeram disparar o preço dos exemplares que sobreviveram. Mas não havia suficientes. Havia que fazer algo, para saciar a vontade de " pãodeformizar" a actualidade. Com a promessa de um concept a tardar em ser servida à mesa pela Volks, do outro lado do Mundo os nossos amigos japoneses decidiram fazer ...ha...humm...isto!
"Isto", é uma carrinha tipo "Bedford Rascal", com 600cc Turbo. Nome? Subaru Sambar! Que se assemelha vagamente com a frente de uma pão -de-forma. Conforme as séries cómicas portuguesas se assemelham vagamente com as inglesas: Ainda ontem deu o "Camilo e filho", na versão original inglesa na BBC Gold. Dá o mesmo " ar", mas a essência é completamente outra.
Um hamburguer congelado, em vez duma Carne à Jardineira...
Sobremotorizar um motor 600 cc de três cilindros, é como atar um foguete a uma Sachs! Dá uma velocidade porreira, mas não existe modo de prolongarmos a experiencia sem que o piston saia pelo escape: Não sei o que ia na cabeça das pessoas que fizeram isto, mas o resultado pode ser atirado directamente para o cesto do " New Beetle" e companhia limitada. Um mero exercício estilístico para saciar o vício aos drogados da moda, que não querem cá saber de ser original ou não. Desde que pareça com o original, serve. Uma imitação de um Raymond Weil a custar um Euro. E a utilizar o cesto das peças que sobram de outros modelos, nem sempre encaixando tudo como devia ser.
Mas não deixa de ser uma visão cómica. Tal como as séries e programas que todos pensamos serem "originais", e foram decalcados de exitos estrangeiros. Vejam o programa do "Jonathan Ross Friday Night", e vejam lá se não vos faz lembrar nada...
1 comment:
Sem dúvida nojento... Mas por única vantagem valorizar ainda mais o original. A cópia, plágio e adulteração apenas acrescentam valor ao modelo em que se inspiram.
Pão de forma VW: o bom sabor dos velhos tempos...
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