Sunday, 1 February 2009

Um giro pelos céus num aparelho giro



Os cortes orçamentais na equipa do "Blue Thunder" estavam a atingir limites impensáveis...



O autogiro costumava ser uma boa novidade quando éramos putos: Graças ao que viamos na televisão, os "helicópteros" já não precisávam de ter um rotor motorizado para poder levantar vôo. Esperançados de que realmente, o vôo estaria ao alcance de apenas uma hélice solta sobre as nossas cabeças, eis que corríamos desalvorados avenida abaixo com uns restos de esferovite que apanhámos no caixote da camisaria da esquina do senhor Carlos,rodando-os freneticamente sobre a nossa cabeça, esperançados que a qualquer momento pudéssemos ficar "airborne". A confiança era tal, que até um Walkie Talkie traziamos no cinto, para o caso de precisármos de qualquer coisa, uma vez a 1500 pés de altitude.



Era a primeira vez que o Zé Carlos tinha conseguido subir ao mastro da bandeira...


A camisaria fechou as portas, o Senhor Carlos reformou-se, e estranhamente nunca conseguimos voar mais do que a mera distância de um salto de criança a correr. Adiámos os sonhos para mais tarde, aqueles que eventualmente ousaram não desistir deles.

Mais de três décadas depois, os autogiros aparecem de repente numa esquina da nossa vida, sob a forma de um show de demonstração. Parece impossível, mas os autogiros, ou Gyrocopters estão amplamente divulgados em todo o Mundo, e com um desenvolvimento ao nível das melhores empresas aeronáuticas. Cada vez mais, ao contrário do que sempre julgámos, o autogiro está a deixar de ser uma mera curiosidade, para ocupar o seu lugar como transporte aéreo competente e de lazer.


Mas afinal o que é isso de um autogiro?



La Cierva e os seus "Muchachos" em 1919... E " La cosa"...


Idealizado pelo madrileno Juan de la Cierva em 1919, o autogiro é basicamente um avião, que utiliza um rotor livre em vez de asas para descolar e manter no ar. A rotação do rotor, é conseguida não pelo recurso a um motor, mas apenas pela deslocação do ar, tal e qual num avião. Um facto que nos deixa apreensivos e não com muita vontade de experimentar. Mas parece que a coisa funciona. O autogiro após começar a ganhar veocidade na pista, origina uma rotação no rotor principal, e lá ao fundo descola como se fosse um avião. Qual a vantagem em relação a estes? Bom, dizem-me que a menor distância de aterragem e a capacidade de mesmo fazer breves vôos estacionários, bem como um melhor armazenamento e simplicidade são os atributos destas máquinas. Seja como fôr, os autogiros são belíssimos de observar em vôo, e deixam-nos mais uma vez a coçar a cabeça pensando se a capacidade do Homem em criar terá realemente limites.

Os anuncios de evitar drogas ou alucinogénicos antes de embarcar, afinal tinham uma razão de ser...


Actualmente, além destes "aranhiços" esqueléticos , a indústria mundial de autogiros está empenhada em produzir modelos de maior escala, para fins militares e civis, com o auxílio de turbina. Desde 1950 que os autogiros de turbina são uma realidade mas o investimento e investigação em tecnologia sempre emigrou para os mais versáteis helicópteros. Pode ser que dentro em breve, possamos ver estas extraordinária máquinas com mais frequência, e finalmente ,quando não se parecerem mais com umas meras tiras de esferovite a rodar sobre as nossas cabeças, ter a coragem para descolar num deles.

1 comment:

carvalhoalves said...

Andaste naquela coisa Mike? Bem, vou-te mandar uns Xanax português para ver se tens juizo...ahahaha