Audi, sempre foi sinónimo de prestígio automóvel. Apercebi-me disso em diversas ocasiões, não só quando trabalhei num importante concessionário em Lisboa da marca, mas quando por exemplo, o Carlos trocou o seu 80 velhinho por um Hyundai novinho comprado a prestações... Sim, sempre era um carro novo, mas agora, estava numa liga diferente. Uma espécie de jogar no Benfica, e ser transferido para o Alguidares de cima FC.
Há algo de elegante naquelas argolas. Apesar de , hoje em dia, se assistir uma migração em massa dos burgessos do BMW para os Audi, e haver cada vez mais Audi na faixa da esquerda a amandar faróis para cima da gente, dois quilómetros lá atrás, a marca que se chateou com a Auto-Union e foi montar uma barraca umas ruas mais à frente, utilizando o termo latino para se definir consegue fazer a sua imagem aburguesada chegar inafectada e robusta aos tempos de hoje, com uma pitada de charme e eficácia.
Escolher um Audi como carro novo, é facil: Basta entrar num Stand com uma gravatinha e um cartão de crédito assinado com "eng", e já está! Em meia-hora, estamos à porta do prédio de Massamá a meter inveja ao vizinho do quinto andar. Mas optar por um Audi como clássico, é uma tarefa que carece de conhecimento e respeito pela marca.
Uma raríssima carrinha"80", e ainda por cima de volante à direita!
O entusiasta que escolhe Audi como mote, revê-se nos sucessos da marca com o seu modelo Quattro, e com a vitória de Pikes Peak, nas mãos de Michelle Mouton. Conhece o extremo apuro e elegância intemporal das linhas de um Coupé. Ri-se em segredo de quem desconhece as capacidades e o conforto ainda actual de berlinas que já passaram as duas décadas, mas que não temem viagens de milhares de quilómetros.
À excepção do famigerado "trezigualaseis", uma espécie de mota de água com rodas ,a dois tempos e com os faróis do carocha, que dava pelo nome de DKW, que em conjunto com a Wanderer e a Horch faziam a Auto Union,existem poucas pessoas que reconhecem os Audi como potenciais e competentes clássicos. A profusão de berlinas dos anos setenta e oitenta , como os 80,90 e 100, embora já não mereçam um segundo olhar pela brigada dos bancários e dos delegados de propaganda médica, estão-se a tornar em apetecíveis e respeitáveis modelos a ter em conta no mundo dos clássicos.
Sozinhos nas ruas, estacionados entre Puntos e Corsas, são um alvo imediato para o reboque da câmara, mas em encontros da marca, reunidos ás dezenas, fazem-nos perceber que são modelos dignos do sucessor R8 que troveja pelas estradas combatendo os Lamborghinis e Porsches.
Temos de começar a olhar para os Audi, e começar a coçar o nariz, a pensar se os Audi não serão uma boa idéia para , ao mesmo tempo, ter um clássico e um carro do dia-a-dia, um modelo com peças em abundância e capaz de ir a encontros pelo País fora sem sequer suspirar. Não tem nada a ver com o "Vorsprung Durch Technik", com a suspensão de cinco braços, ou com o Procon Ten. Tem a ver com sermos suficientemente conhecedores para perceber que estamos em presença de um "automóvel" quando vimos um...
3 comments:
Não sei se concorda comigo mas ainda assim deixo a minha farpa...
Para mim, a Audi deixou de fazer automóveis (daqueles a sério !) quando se lembrou de colocar aos seus produtos a designação de folhas de papel...
Os Audi de 70 / 80 esbanjavam charme e tinham qualquer coisa que os diferenciava dos restantes Alemães...
Agora, é apenas um VW melhorado aqui e ali, com a pressa e desejo de se colar aos BMW e outros Mercedes, deixando cair a sua identidade...
AUDI...
Grande marca, grandes carros!
concordo ali com o Terminal Rodoviário, sou proprietário de um Audi Coupe's uma verdadeira maquina e sem os problemas dos Audis recentes.
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