Thursday, 30 October 2008

Medo do Escuro

O pesadelo da "Gestapo dos parafusos"...Um clássico modificado




Apreciar um veículo clássico, é um acto que se descreve sob as mais variadas formas. Há quem os coloque numa redoma,quem insista em usufruir deles, é há ainda os que gostam de levar o conceito até ao limite...Estará o panorama dos clássicos a mudar?

Será que há algum acto que possamos fazer, que "destitua" um veículo de ser clássico? Eis uma pergunta interessante! Será que, por exemplo, ao utilizarmos uma carroçaria de um carocha, sem nada , nem mesmo o mais pequeno parafuso, e lhe aplicarmos um chassis tubular com um motor V8, ele deixará de ser um carocha?
Não me cabe a mim responder.No entanto,parece existir cada vez mais uma corrente de entusiástas que opta por levar a paixão por veículos clássicos a outros níveis, " pushing the boundaries" ,como os nossos amigos ingleses costumam dizer. Parece que para este grupo de apreciadores , procurar parafusinhos e calços de travão de origem para um determinado modelo, já não chega para saciar a vontade de apreciar veículos clássicos.Querem mais!



Sim, tem suspensão pneumática,motor SCAT e travões de disco. So what?



De algum modo, aperceberam-se de que o potencial de chamar a atenção da multidão sequestrada no interior de utilitários de plástico cinzento metalizado, pode ser grandemente melhorado quando optam por modificar os seus veículos. E como vantagem adicional, ganham melhor performance para o trânsito do dia-a-dia, possibilitando aos seus carros fazer face ás rigorosas condições de operação actuais.
Entretanto, libertos das regras espartilhadas do mundo dos clássicos "normais" , onde uma "Gestapo dos parafusos" escrutiniza incansávelmente os veículos, procurando levar a taça para casa por terem descoberto um escorrido de tinta, ou uma lasca no espelho, os proprietários destes carros descobrem também outra coisa: Prazer na condução!




Não está de origem? Pois não. Mas tem 600 cavalos e deita uma chama de cinco metros...


Subitamente, as molas pasmadas e ruidosas que obrigam a inclinar a carroçaria na mais simples curva, dão lugar a uma geometria que faz deslocar o clássico sobre carris.Os bancos sem apoios, que nos obrigavam a fazer as curvas apoiados nas portas, seguramo-nos agora com cintos de três apoios. O Tablier, parece muito mais apelativo agora com todos estes instrumentos, do que anteriormente. Sinto mais entrosamento e interacção com o carro! E isso só pode ser bom!
De repente, o "velho" carro que estorvava nos semáforos, passa a envergonhar dispendiosos automóveis modernos , por uma fracção do custo destes.Os sistemas de ignição e arrefecimento, em vez de contribuirem para a economia das empresas de reboque, permitem agora viagens a ritmo elevado, com menor consumo. E não consigo ver nada de errado nisso.Se alguém se arrepender, o clássico original estará apenas a algumas horas de modificação com recurso ás peças originais guardadas na garagem.


Este Ford tem motor Ford. Embora um V8, 6500 cc...0 aos cem em 4,5 segundos...



Um dos modelos mais curiosos que experimentei, foi uma pequena produção artesanal, utilizando peças de diversos modelos de automóveis e motos.
Construído em Chassis tubular, utilizando um motor de Moto FJ 1200,um pequeno carrito pertencente ao piloto de Dragsters Australiano Hevo Thunder, que alinha com ele numa classe criada de propósito para estes carros, tem impresso no tejadilho a letra do refrão da música dos "Men at Work " intitulada "Thunder". "You better run, you better take cover.."



Serã que eles vão notar que aqueles parafusinhos nos guarda-lamas não são de origem?



Estes carros devido ao seu tamanho e potência, proporcionam um espectáculo único, com velocidades acima dos 200 Km /h. Ao lado, ouvindo a conversa, um medonho Cadillac de 8800 CC com pára quedas e aquelas rodas na traseira para não "sacar cavalo" , nem sequer ousou colocar o motor em funcionamento. Principalmente, por estar mesmo ao lado da roullotte da Polícia, sempre empenhada em dar a conhecer o seu trabalho e colocar-se do lado dos entusiastas de uma forma cordial. Havia que não abusar!


Um autêntico cangalho de meter nojo aos meninos do sapatinho de vela que acham os carochas "Giros"... O dinheiro foi todo para o motor 2200 de injecção,para o escape Bugpack, e para os sub-woofers.


Não há que ter "medo do escuro".Ou seja, da reacção de entusiastas mais fundamentalistas, quando decidimos melhorar o nosso clássico. Há que respeitar todas as opcções de usufruir um clássico, pois esta diversidade é que faz pulsar a actividade e a torna interessante. Desde que não estraguem nada, e se consiga pôr de volta as molas de carroça e o motor de válvulas laterais no sítio, tudo bem.

Mas alguem iria querer ou seria capaz?


Friday, 24 October 2008

FICAR SEM GASÓLEO!


Este é um dos maiores fantasmas do automobilista: Ficar sem combustível."Dá à vontade!"-Dizemos sempre, esperançados que entretanto apareça uma área de serviço. Mas não aparece. E pior ainda, no meio de uma auto-estrada, em vez de um sinal a dizer " área de serviço", eis que nos aparece um engarrafamento.O ponteiro, aponta descaradamente para o risco encarnado, e a luz avisadora amarela já está acesa vai para uma hora. Só existe uma solução: Sair da Auto-estrada, e procurar uma bomba. Ou então, vivendo nós no séc.XXI, recorrer ao Satnav, para nos indicar uma bomba.


Uma vez digitada a vontade de achar uma bomba, a pequena máquina maravilha desenha imediatamente um percurso, que nos promete uma bomba cheia de luzes, e uma loja onde podemos comprar uma sandocha empurrada goela abaixo por uma Coke.Três milhas! Porreiro! Não tarda nada estarei a saciar a sede ao meu fiel cavalo, e a voltar novamente á auto -estrada.Três milhas. Dá perfeitamente. Até me posso dar ao luxo de acelerar á vontade, porque mesmo que acabasse, estaria mesmo a chegar à bomba.


Err. Não exactamente...


É que estão a ver, eu estou em Birmingham, a um Domingo à noite, regressado do Sul de Inglaterra,onde estive a experimentar mais um magnífico desportivo para uma revista e só queria chegar a casa. Saí da M6 por causa de um engarrafamento, e embrenhei-me num bairro social pejado de prédios e parca iluminação. Mas não importava. Dentro de seiscentas " yards", o posto de gasolina iria aparecer.


Mas não... Apenas bicicletas tripuladas por putos de capuz, e mais bicicletas tripuladas por putos de capuz. Provavelmente com facalhões, ou pistolas. Até que a Catarina ( A minha companheira virtual das noites ao volante no SatNav) me informa com uma voz sensual e rouca, que " cheguei ao meu destino".Olho para o lado, e apenas um descampado, com mais putos de capuz montados em bicicletas, que me fitam desafiadoramente. Olhando por entre o lusco-fusco, consigo compreender que " o descampado", deveria ter sido outrora uma bomba, pois tem marcas no pavimento .Não muito interessado em andar a atropelar putos de bicicleta com um capuz,pois não seria muito económico ter que substituir as molas da suspensão, arrancar bocados de bicicleta do "Charriot" do motor,enquanto lavava á pressão restos de casacos com capuz da correia do alternador, decido continuar em frente. A "Catarina" insiste estupidamente em me dizer " volte atrás , assim que fôr possivel".-Voltar atrás? Estás parva ou quê? Cala-te,pá!...


Um sacudir estranho, acompanhado por umas luzes a acender no tablier, indicavam que a minha sorte tinha acabado. Contudo, graças a oito anos a trabalhar na estrada a desenrascar,precisamente nabos como eu que se esquecem de colocar gaslina suficiente,consegui fazer um "shunt" no relais da bomba, , que me permitiu utilizar o último meio-decilitro de combustível, que fica contido num copo dentro do depósito, para não desferrar.


Assim , e depois de retirar o terminal da bateria para,á semelhança de um computador fazer um "reset" do motor, o carro voltou de novo á vida.Na entrada seguinte da M6, eis que o clarão da bomba inunda a estrada, e pude sentir o que Colombo sentiu quando viu terra pela primeira vez após semanas de desconhecido no Mar. Para ajudar ainda mais, a entrada na bomba teria de ser feita contornando a rotunda. O meu caça entrou na bomba já sem vida, apenas com todas as luzes acesas no painel de instrumentos, a mandar-me dar uma curva. " desaparece"! -Dir-me-ia ele se pudesse falar...


Após atestar o carro, e pagar num quiosque reforçado com rede metálica, rodeado de malandragem que esperava não se sabe bem o quê, ao volante de Escorts e Cavaliers velhos com ponteiras especiais, dei-me por contente por finalmente poder deixar aquele local onde tive de fazer uma aterragem forçada.


O "imprevisto"...Algo com que nunca contamos...Mas está lá sempre.

Tuesday, 21 October 2008

Carochas de antigamente,NOVINHOS EM FOLHA



É o que eu digo!




Por mais que por aqui ande, não me paro de surpreender! Eis que me chegou ás mãos um CAROCHA ZERO QUILÓMETROS COM AR CONDICIONADO, fabricado o ano passado. E faz parte dum clube, onde todos os carochas tem menos de DEZ ANOS!




Sempre há um Deus! Afinal, escuso de estar restrito a um mero electrodoméstico conduzido por senhoras, que grosseiramente chamam de "New Beetle". Um carrinho muito "giro", mas com um bruto autocolante em toda a volta a dizer " sou uma cópia grosseira de um ícone, e apenas um produto a tentar encaixar mais uns trocos á conta do sucesso mundial do "Kraft Durch Freunde".




Aqui ficam algumas imagens, estando o desenvolvimento marcado para a revista do costume, num quiosque perto de si. Muito brevemente.




Saturday, 18 October 2008

Cuthberson: Um estranho Land Rover

Ó pai! Este é da marca daquele que a mamã me costuma levar á escola!...

Eis algumas imagens de Land Rovers transformados pela empresa escocesa Cuthbersons & Sons.


Utilizando rodas de carros "normais", montadas numa estrutura metálica, que recebem movimento dos cubos originais do Land Rover, embora com pinhões de ataque no lugar das rodas, estes Cuthberson deixaram de ser produzidos em 1972.
Uma mais valia em qualquer encontro de clássicos ou da marca, estes curiosos modelos fazem por vezes demonstrações ao público. A direcção opera-se tal e qual um automóvel normal, embora seja assistida por um sistema exterior hidráulico. Só é possível manobrar a direcção com o veículo em andamento.
A aturada manutenção que estes veículos necessitavem, levou a que poucos Cuthbersons tenham sobrevivido até hoje. Dos cerca de 600 fabricados, calcula-se que apenas 41 existam mundialmente, como é hábito no Reino Unido e nas suas ex-colónias.




A falta de sobressalentes e manutenção especializada, levou a que muitos Cuthbersons ficassem pelo caminho. Nada a condizer com a imagem Land Rover...

Friday, 17 October 2008

Falar sobre carros...


Falar sobre automóveis, não significa esfolhear revistas e discutir aos berros em conversas de café. Falar sobre automóveis, não é apenas despejar novidades sobre os salões automóveis, e o novo carro que há-de sair. Não vejo interesse em babar-me com um carro que ainda não existe, a rodar num carrossel alcatifado.

Essa quadrilha que devora revistas para decorar as cilindradas, prestam um mau serviço aos entusiastas apenas encarando um automóvel como um máquina de lavar. Se tem 100 cavalos, é melhor que o outro que tem 90. Pura imbecilidade.
Falar sobre automóveis, pode ser igualmente dissertar sobre uma máquina que em última análise nos pode unir pelas memórias: Todos conhecemos alguém que teve um Mini, ou um Carocha. Todos nós nos lembramos do carro velho que o nosso Pai teve, e que se estava sempre a avariar. Colados a essas lembranças, vêm á memória tempos que não voltam mais, e tempos que recordamos com saudade.

Falar sobre automóveis, é também avançar soluções acerca de como uma necessidade básica do ser humano continua por ser resolvida: O transporte individual. Sim, não existe até agora uma forma perfeita de locomoção individual: A moto, só tem duas rodas e nela apanhamos chuva. E não é lá uma hipótese muito saudável em caso de embate.O carro, é um desperdício de espaço só para ir para o trabalho, com uma pessoa lá dentro. Não existe portanto um meio para fazer transportar eficazmente uma pessoa. Este é o grande debate automóvel ...




Mais do que as cilindradas e as potências, um automóvel é um fenómeno cultural que apanha diagonalmente toda a sociedade. Ninguém fica indiferente ao automóvel, que conspurca opressivamente toda a paisagem citadina. Sim, posso dizer que detesto muitos dos automóveis que por aí circulam, principalmente porque foram desenvolvidos como máquinas de lavar, e não como modelos com personalidade.A indústria actual ,orfã da criatividade de outrora, e fortemente espartilhada por directivas ambientais, mais não pode fazer do que breves apontamentos nostálgicos,insistindo em reeditar os sucessos de outrora.O debate Automóvel, escrito com letra grande, é o debate acerca da mobilidade, sob qualquer que seja a sua forma. Falar sobre automóveis, é falar sobre a nossa preocupação e vontade em descobrir um meio eficaz de nos deslocarmos de A para B, e no processo adquirirmos alguma satisfação. Não faz sentido falar de automóveis, como quem fala do Space Shuttle. Tem de haver uma componente experimental e tactil . Senão , é como colocar os putos nos recreios da escola primária a falar sobre como desapertar Lingerie.


O automóvel, Para muitos um simbolo de posição social, e para outros uma mera forma de tentarem ser aceites socialmente, e terem tema de conversa nos cafés, é ainda para outros fonte de prazer cinético e um estímulo neuro-motor aos sentidos. Não me perguntem cilindradas e potencias deste ou daquele carro, que eu provavelmente não saberei. Perguntem-me antes o que sinto quando os guio e conserto, ou quando os devolvo à estrada passadas décadas de lá terem saído.E sobre a sua História muitas vezes de sangue,suor e lágrimas.Mesmo num Fiat Panda velho podemos ficar com um sorriso de orelha a orelha. Seja porque nos desenrascou de uma situação dificil, seja porque fomos para o campo da bola sacar uns piões... E isso não pode ser mau.

Friday, 10 October 2008

O Royal National Lifeboat Institute

Seja o que fôr desta vez, os Homens ( e Mulheres) do RNLI vão dar conta do recado...

Em 17 Março de 1907, o navio SS Suevic emitia um pedido de socorro ao largo da costa da Cornualha ( Cornwall):456 passageiros e tripulação encontravam-se prestes a naufragar devido a ondulação forte e ventos ciclónicos Force Gale 5.


Ora bem: Land Rover,Mar,Barcos com 3000 cavalos, uma boa causa...Não falta nada!

Este, foi o maior resgate realizado pelo Royal National Lifeboat Institute, uma espécie de "bombeiros voluntários do Mar". Maioritáriamente operado por voluntários , e mantido apenas por contribuições particulares e de empresas, esta organização britânica criada em 1824 já salvou de morte certa cerca de 137000 pessoas. Idealizada por Sir William Hillary, um natural da ilha de Man preocupado com a crescente sinistralidade ao largo da sua belha ilha situada entre a Irlanda e a Inglaterra. Tendo de início recebido pouco apoio do Almirantado Britânico, foi somente em 1824 que Sir William conseguiu, com a ajuda de filantropos londrinos criar finalmente as primeiras equipas destinadas ao socorro no Mar.


Sim! Aquele tractor vai entrar dentro do Mar, com água até á cabine e volta ...1000 cavalitos e um binário capaz de arrancar um pilar de uma ponte...

Com cerca de 230 estações espalhadas pelo território britânico, estes homens e maquinaria fazem do seu dia-a-dia um constante desafio ás forças da natureza. O sala das máquinas veio conhecer um pouco mais in loco, do equipamento utilizado por estes homens, que tratam o Mar por tu.

Fotos por Mike Silva,claro. Não são tiradas da net...

Sediado em Poole,Dorset, O RNLI conta com instalações do mais moderno que há no Mundo, incluindo uma piscina coberta, onde simulam naufrágios para as tripulações treinarem. Cada voluntário é eficazmente equipado e preparado para situações críticas e extremas, onde amíude a sua vida é colocada em risco.


Land Rover Defender. Claro. What else? Queriam aqui jipes da treta? X5? Kia Sportage?

Com cerca de 4600 tripulantes, sendo 300 mulheres, o RNLI dispoe de um orçamento anual de 130 Milhoes de Libras, que utiliza,por exemplo, para comprar todo o tipo de embarcações, desde pneumáticos com meia-dúzia de cavalos a lanchas á prova de tufões com vários milhares de cavalos.
Eis algumas imagens de uma operação corriqueira, algures na costa britânica.

Saturday, 4 October 2008

A máquina que evitou a invasão




Muitos de nós, que sempre nos interessámos por estas coisas da aviação, sempre desconfiámos que de facto o Spitfire fosse um avião excepcional. Mas é necessário viver em Inglaterra para perceber o impacto e a devoção que esta máquina , mais do que um simples avião, possui entre as pessoas. Não é para menos: Temos a agradecer a este aparelho, simplesmente o facto de não ter permitido a invasão das forças do terceiro Reich nas ilhas britânicas. Sim, foi este aviãozito com as asas terminadas em bico que tal e qual como um guerreiro da idade média saíu em campo em desvantagem numérica,de lança afiada contra o invasor .Celebremos então o "Spit", como um dos maiores fenómenos da História da Humanidade.


Interior do Cockpit do Spitfire.Além de lidar com estes " manómetros " todos, ainda tinham de dar umas fogachadas nos Messerchmidts...


Não sei se é por os meus putos terem frequentado a mesma escola primária que Sir Reginald Mitchell, o engenheiro responsável pelo Spitfire, se é por morar a poucos quarteirões da casa onde nasceu aquele que viria a ingressar na fábrica Supermarine , para produzir os diabólicos caças de motor V12 com 27 000 cc de cilindrada, e 1700 cavalos, mas de facto o Spitfire é algo a que socialmente não posso fugir. Onde quer que vá, o culto do avião que salvou Inglaterra, lutando até mais não poder na batalha de Inglaterra contra a Luftwaffe, em maior número e com aviões mais potentes ( O Messerchmidt 109 tinha 39 000 cc, e o Focke Wulf 190 42 000 cc! ), encontra-se por toda a parte. As livrarias e serviços públicos ostentam imagens de Spitfires, e mesmo a Biblioteca central tem um modelo REAL no átrio do edifício.



Um MK V, com a sua hélice de cinco pás. ( Foto net )


Falar sobre o desenvolvimento do Spitfire, seria uma tarefa fastidiosa. Nas suas 17 versões fabricadas ao longo dos anos, a fuselagem foi sendo aperfeiçoada pelos técnicos da Supermarine, enquanto os engenheiros da Rolls Royce iam retirando mais e mais cavalos do motor Merlin. Necessário para empurrar as tres toneladas de peso até cerca de 500 KM por hora.



Uma das fábricas do Spitfire, em Castle Combe.( Foto Net)




O que importa reter, é o esforço de toda uma nação para produzir uma máquina que fizesse frente a um podeiro militar e a uma máquina de guerra fortíssima e eficaz que eram as forças do terceiro Reich, utilizando toda a imaginação e capacidade de improviso ao alcance. O Spitfire foi essa máquina!




Reginald Mitchell não chegou a ver o início do conflito...( 1895-1937)


Com fábricas espalhadas por Inglaterra, desde Southampton, Birmingham,Derby,Crewe ou Leeds, o Spitfire continuou sempre o seu desenvolvimento, mesmo debaixo de bombardeamento, sendo desenvolvido em instalações portuárias e agrícolas para não levantar suspeitas. Um dos grandes aperfeiçoamentos do Spit, foi a criação de uma hélice de passo variável em metal, para substituir a de madeira de passo fixo. Graças a isto consegui uma menor distância de descolagem e uma maior velocidade em combate.





27000 centímetros cúbicos, 12 cilindros em V e 1700 cavalos. Senhoras e senhores, eis o Rolls-Royce Merlin.Quero um destes!



A introdução do sistema IFF ( Identification friend or foe) retirou cerca de 2 milhas por hora na velocidade de ponta, mas permitia identificar nos radares britânicos, que não se tratava de um avião nazi.


A criação de pedais com duas posições, permitia o piloto colocar-se numa posição mais horizontal, e operar os pedais colocados numa posição mais elevada. Com isto, conseguia resistir a mais 1G . A zona da carlinga foi reforçada a partir dos modelos MK II.

A 15 de Setembro de 1940,Inglaterra acordou com 114 bombardeiros da Luftwaffe a dirigirem-se à toda para as ilhas, acompanhados de outras centenas de caças: O resto é História. Auxiliados por Hurricanes,também propulsionados por motores Merlin, os pilotos ingleses varreram dos céus grande parte dos atacantes, embora também sofrendo pesadas baixas. Hitler decidiu entretanto ir atacar a Rússia...
O sucesso do spitfire, fica para sempre devido não apenas ao esforço de pilotos, da Supermarine, e da Rolls-Royce, mas também a toda a nação inglesa, que se recusou a deixar pisar pela máquina de guerra Nazi. O spitfire foi a enxada que o povo brandiu em desespero contra o invasor, e surpreendentemente venceu. E não podemos de deixar de respeitar e apreciar o Spitfire por isso.