Wednesday 24 February 2010

Can-Am Spyder: Um novo conceito de moto


Fotos: Mike Silva/ Sala das máquinas


Há qualquer coisa de extraordinário , quando alguém tenta fazer um veículo diferente que rompe com a normalidade. Se calhar é porque já estamos fartos de ver as ruas pejadas de carros, e este, apesar de ser a forma de locomoção mais popular da Humanidade, não se tornou ainda na forma de transporte ideal: O carro é autofágico, ou seja, consome os seus próprios recursos e inutiliza-os, e parece que não conseguimos construir parques de estacionamento e estradas suficientes para a quantidade de carros que inundam o planeta todos os dias. O carro como solução de transporte tornou-se numa anedota,porque agora cada vez mais proíbem a circulação dele em todo o lado. Compro um carro para ir à cidade, mas agora é proibído ir à cidade de carro. E esta? É como se descobrissem um remédio para a comichão, e depois obrigassem as pessoas a colocar areia dentro da roupa...




Para onde quer que olhemos, o carro lá está. Se pararmos a olhar para uma estrada horas a fio, os carros não param de passar. Caros,carros,carros,carros,carros,carros. Não gosto de carros. Pode parecer uma surpresa, mas é verdade. Um carro é uma máquina de lavar ou um aspirador. Um electrodoméstico para nos levar de A a B. Raramente os carros têm lugar aqui no Sala das Máquinas.Os automóveis que trazem algo de novo para o Homem sim. Há carros que pelo seu contributo à Humanidade se tornaram em peças interessantes e de culto. O mini. O carocha. O Renault 4. O carro é apenas um monte de lata que entope as estradas diariamente com apenas uma pessoa lá dentro.


"Largo demais à frente para ser prático como uma moto?"- Ora, é da largura das malas na traseira, que tantas motos também têm...


Mas a moto também não é solução. Só transporta duas pessoas, ao relento, e tem aquela mania de ser ser instável quando a largamos sobre as suas duas rodas. Perigosas, segundo me querem garantir. Seis anos a guiar em Lisboa diariamente, e a sobreviver à rotunda do Relógio dizem o contrário. Não há motos perigosas, mas sim condutores perigosos. A moto peca por também não conseguir reunir consenso como veículo ideal para todos .

O veículo ideal está ainda por criar. No meu entender, seria algo tipo " Lego" que se pudesse desmontar e acrescentar módulos conforme a necessidade. Colocar um tecto ou tirar , se precisássemos de uma Pick -up para transportar cimento. Que se dividisse ao meio como o carro do Batman, para fazer uma moto. De preferência com cento e tal cavalos.


Sensor anti-derrapagem VSS e ABS.



Este veículo que trago aqui hoje, não será possivelmente a solução também. Mas deixa as pessoas a coçar o nariz e isso é bom. Provoca os sentidos e desperta o desejo. E isso é o bastante para figurar aqui no Sala das Máquinas. Eu sei que é mais largo do que uma moto. Mas reparem que a largura das rodas da frente, é a mesma das malas na traseira, que tanta moto também tem. Este veículo pode muito bem ser um ponto de partida para algo mais no Futuro.




As mudanças são efectuadas por um botão no punho...



Fabricado pela antiga Bombardier, que se chama agora BRP, esta Can-Am Spyder tem um motor Rotax em V com 106 cavalos, e um sistema de direcção assistida que varia a força consoante a velocidade. Possui um sistema VSS de estabilidade que não permite que a roda traseira gire em falso. Basicamente, se me perguntarem, é uma espécie de Fiat Punto serrado ao meio com a traseira de uma CBR soldada atrás. E isso só pode ser bom. Já agora é o que mais faltava eu não gostar disto. Ao fim ao cabo, eu soldei um carocha a uma Vespa que trava com um para-quedas. Vivam os triciclos de origem " estranha" que rebentam com a normalidade e nos fazem gostar cada vez mais de máquinas e do engenho humano para procurar novas formas de locomoção.

2 comments:

Anonymous said...

Excelente post!!!

Muito interessante este veículo!!!

OUTONO said...

Belo ensaio...mas gosto mais das Piaggio....

Um forte abraço!