Sunday, 27 June 2010

Quem SAAB, uma marca a descobrir...

Texto e fotos: Mike Silva no Reino Unido , excepto foto do "Tunnan".

Um avião bimotor como símbolo da marca? Que melhor credencial?



Hoje estou num encontro de SAAB. Sim! Há encontros de Saabs. Devo confessar que não vou muito à bola com o desenho dos SAAB. Não são umas linhas consensuais. Mas o facto de ser uma marca que começou por produzir aviões , que implementou pela primeira vez na História muitas dos sistemas de segurança que hoje conhecemos, e por vir dos país dos videos caseiros para maiores de 18 e das saunas mistas, faz-me debruçar sobre esta marca com um misto de curiosidade e de incredulidade.

O Saab J29 "Tunnan" que quer dizer literalmente " Barril". Um exemplar preservado que viita regularmente o shows ingleses.


Despachando as trivialidades como a origem do nome da marca, a sigla de "Svenska Aeroplan AktienBolaget" que significa "fábrica de aviões sueca", a Saab sempre e distinguiu visualmente dos outro carros com o seu aspecto "aeronáutico". Pelo menos é essa a desculpa que pretendo utilizar, justificando aquelas linhas pouco consensuais, com prentensão aerodinâmica. Quero acreditar que os SAAB eram assim construídos porque engenheiros que construiram os Vixen e os Tunnan ou os J-21 pensaram que seria uma boa ideia, após terem vindo de casa onde estiveram a ver filmes caseiros da Inge e da Helga com o Larsen...
Talvez agora, passados uns anos , se consigam apreciar estas linhas. Nos anos setenta? Nem pensar!
A Saab pertenceu ao grupo SCANIA, e nos anos setenta deu que falar em competições internacionais como o Rallye dos mil lagos. Saab sempre foi um carro "esquisito" e nunca conhecíamos nenhum amigo nosso que tivesse um Saab. Nenhum pai de nenhum amigo nosso tinha um Saab. Não havia Saabs para "pobres", e os com meia dúzia de tostões, optavam por Mercedes e Bmw, pois possibilitava-lhes serem mais depressa facilmente confundidos com construtores pato-bravo e empresários pouco escrupulosos. Saab sempre lutou contra a maré, sendo um carro genuínamente clássico e requintado, mas faltando-lhe o consenso e a sobriedade comum a um segmento de gama superior.

A Saab aproveitou este encontro para expôr a sua nova gama, e provar que ainda vive.
O problema dos SAAB sempre foi a sua vertiginosa desvalorização. Eram vendidos como carros de segmento superior, porque " se tratava de um SAAB", mas eram vendidos a preços ridículamente baixos porque " se tratava de um SAAB". Lembro-me do desespero de um vendedor de usados que se predispôs a viajar até " ao Norte" para mostrar um SAAB para o meu pai comprar. Não sei o que ele acabou por comprar, mas teria sido bom ele ter-me levado à escola num SAAB naquela altura, onde o melhor carro era o Mini do pai do João.

Um descapotável feito no país da neve, agora no país da chuva...


Num encontro de Saabs é curioso constactar, que a diferença entre um 9.3 Tid de 1998, e um 9.3 Tid de 2008...é apenas um círculo preto a envolver os farolins traseiros. Isto pode querer significar que " em equipa boa não se mexe", ou pode querer justificar o porquê da marca ter falido o ano passado, sendo resgatada pela empresa holandesa de carros desportivos Spyker.


Se eles dizem, quem sou eu para duvidar...


Aposto que os holandeses Spyker e os seus desenhadores pouco convencionais se preparam neste momento para dar à SAAB mais um periodo histórico marcado pelo desenho pouco convencional e vocacionado para um mercado de nicho. O entusiasta SAAB agradece,e os compradores de grandes bombas baratínhas em segunda mão também...