OS soldados da GNR ficaram danados com os putos que pintaram o jipe de encarnado...
Ontem num semáforo desta cidade inglesa que me acolheu, passou em sentido contrário um Lamborghini LP 640. Branco. Ao meu lado, recentemente operado e incapacitado de conduzir, o meu amigo Luigi que vive há uns tempos em Inglaterra exclamou com a sua mais eficaz voz grossa: " Itália"-Enquanto batia no peito como Tarzan.
Senti-me mal. De repente, não consegui lembrar-me assim de nada de fantástico no reino da Engenharia automóvel portuguesa para lhe arremessar contra o seu ego. Lembrei-me das motorizadas que heróicamente motorizaram uma geração e um país, e da sua indústria omnipresente. Mas para cá de Vilar Formoso, as Sachs e as Zundapps nunca foram conhecidas. Luigi nunca ouviu falar, e mesmo que ouvisse, atirava-me logo com as Vespas e com as Ducatis. Não valia a pena,portanto.
No estrangeiro, um veículo produzido por um país é um potente embaixador do mesmo: Mostra que "lá", existe espírito intelectual e industrial, e que nesse país as pessoas conseguem produzir e exportar máquinas.
Lembrei-me depois da Sharan da Volkswagen: Hmmm. Da última vez que verifiquei, "Volkswagen" era alemã, e mesmo toda a gente aquei em Inglaterra a quem pergunto, insiste em classificar o veículo feito em Palmela como sendo alemão.
Quando já não conseguia lembrar-me de mais nada, e em acto de desespero, lembrei-me de um fantástico protótipo com motor V8 que conheci o ano passado, feito em Portugal. O Vinci GT. Como calculam, também não podia falar deste carro ao meu amigo, pois o nome de um engenheiro italiano difícilmente pode ser conotado com um carro português. Um carro que compete directamente no mercado com outros modelos feitos aos milhares em barracões por meia-dúzia de empregados por Inglaterra fora, também V8. Dax. TVR. Cobra.Fisher.Morgan.
Resignado, e suicidando-me socialmente, disse que o meu país tinha os maiores centros comerciais do Mundo, separados apenas dois quilómetros entre si, com milhares de lojas e biliões de lugares de estacionamento. Disse-lhe que tínhamos os maiores estádios do Mundo, e que toda a população tinha telemóvel de terceira geração. Disse-lhe que a maioria dos carros dos meus vizinhos eram Mercedes, Audi e BMW.
E depois lembrei-me do UMM!
"Ah! Il Aro! " -Disse-me ele. Aro, era aparentemente o modelo romeno onde se baseava o UMM. Nos anos oitenta, lembro-me de ver o " jipe da bófia" nas páginas da " L Automobile", a fazer comparativos entre Range Rovers e Land Cruisers. Éramos um país desenvolvido! E Luigi lembrava-se vagamente, apesar da "gaffe" de atribuir aos romenos a concepção do "nosso " UMM.
A verdade, é que se pensarem um bocadinho nisto,um país que não produza um automóvel de expressão internacional, é um país que ninguém considera. Esqueçam os TGVs e o saudosismo do " País virado para o Mar e para os descobrimentos". Precisamos de carros no estrangeiro como enviados da nossa política externa. Ou pelo menos , já que não largam o "Mar" da mão, barcos potentes. Até Itália produz barcos V8 como o Riva. Portugal tem de apostar numa indústria que produza carros para obter credibilidade no estrangeiro.
Senti-me mal. De repente, não consegui lembrar-me assim de nada de fantástico no reino da Engenharia automóvel portuguesa para lhe arremessar contra o seu ego. Lembrei-me das motorizadas que heróicamente motorizaram uma geração e um país, e da sua indústria omnipresente. Mas para cá de Vilar Formoso, as Sachs e as Zundapps nunca foram conhecidas. Luigi nunca ouviu falar, e mesmo que ouvisse, atirava-me logo com as Vespas e com as Ducatis. Não valia a pena,portanto.
No estrangeiro, um veículo produzido por um país é um potente embaixador do mesmo: Mostra que "lá", existe espírito intelectual e industrial, e que nesse país as pessoas conseguem produzir e exportar máquinas.
Lembrei-me depois da Sharan da Volkswagen: Hmmm. Da última vez que verifiquei, "Volkswagen" era alemã, e mesmo toda a gente aquei em Inglaterra a quem pergunto, insiste em classificar o veículo feito em Palmela como sendo alemão.
Quando já não conseguia lembrar-me de mais nada, e em acto de desespero, lembrei-me de um fantástico protótipo com motor V8 que conheci o ano passado, feito em Portugal. O Vinci GT. Como calculam, também não podia falar deste carro ao meu amigo, pois o nome de um engenheiro italiano difícilmente pode ser conotado com um carro português. Um carro que compete directamente no mercado com outros modelos feitos aos milhares em barracões por meia-dúzia de empregados por Inglaterra fora, também V8. Dax. TVR. Cobra.Fisher.Morgan.
Resignado, e suicidando-me socialmente, disse que o meu país tinha os maiores centros comerciais do Mundo, separados apenas dois quilómetros entre si, com milhares de lojas e biliões de lugares de estacionamento. Disse-lhe que tínhamos os maiores estádios do Mundo, e que toda a população tinha telemóvel de terceira geração. Disse-lhe que a maioria dos carros dos meus vizinhos eram Mercedes, Audi e BMW.
E depois lembrei-me do UMM!
"Ah! Il Aro! " -Disse-me ele. Aro, era aparentemente o modelo romeno onde se baseava o UMM. Nos anos oitenta, lembro-me de ver o " jipe da bófia" nas páginas da " L Automobile", a fazer comparativos entre Range Rovers e Land Cruisers. Éramos um país desenvolvido! E Luigi lembrava-se vagamente, apesar da "gaffe" de atribuir aos romenos a concepção do "nosso " UMM.
A verdade, é que se pensarem um bocadinho nisto,um país que não produza um automóvel de expressão internacional, é um país que ninguém considera. Esqueçam os TGVs e o saudosismo do " País virado para o Mar e para os descobrimentos". Precisamos de carros no estrangeiro como enviados da nossa política externa. Ou pelo menos , já que não largam o "Mar" da mão, barcos potentes. Até Itália produz barcos V8 como o Riva. Portugal tem de apostar numa indústria que produza carros para obter credibilidade no estrangeiro.
Um pequeno utilitário nas ruas de Londres, faz mais pelo prestígio nacional, que dois aeroportos e quinze centros comerciais. Ou então aproveitem o embalo, e tragam de volta o UMM. Parece que é a nossa melhor hipótese no momento para uma projecção internacional, e a "bófia" podia voltar a utilizá-los. Talvez mesmo com umas metralhadoras calibre 50 na traseira, por exemplo...
Pensem nisso...
8 comments:
Viva!
Certamente a confusão é com os Portaro e não com os UMM.
O UMM tinha como base o Cournil francês.
As duas marcas venderam exemplares para o Reino Unido. Das duas a UMM foi a que se notabilizou mais.
Cumprimentos
JB
...óptimo remate....depois de uma grande lição.
Abraços
Bem embora o assunto se tratasse de engenharia... só te faltou falar do nosso clima!!!! Lol!
A santa ignorância em relação ao nosso país é nos confundirem com Espanha... Somos a Peninsula Ibérica e nada está tudo dito!
Mas por cá temos grandes investiigadores e por esse mundo fora também!
Alguma coisa quer dizer, não achas!?! ;)
Jinhos e bom Domingo!
Pois é, um post que em poucas linhas demonstra a fraca industria motorizada Portuguesa. Realmente, pouco mais nos resta do que agarrarmo-nos com muito saudosismo ao UMM. Hoje em dia à excepção das motos AJP que em Portugal e em Espanha (pelo menos) têm uma presença regular em provas de enduro e afins, não creio que exista outra marca nacional no campo dos veículos motorizados em produção e que seja conhecida no estrangeiro. Excepto se contar-mos com os autocarros de aeoporto Cobus, produzidos pela Salvador Caetano.:D
UMM, feios e rijos...
Espero que não caracterizem os homens portugueses, pelo menos na parte do "feios"! ;)
Sim, a AJP...
Que luta diariamente contra o "sistema" para produzir boas motos, escoando as mesmas maioritariamente para a exportação...
Ok, os motores vêem do oriente, mas não deixam de ser nacionais!
http://www.ajpmotos.com/ajp.html
Pois, parece que houve confusão com o Portaro...
Esse sim era Romeno.
O UMM tinha por base, como disse o Viriato, um projecto francês...
Bonito (principalmente na altura), era o modelo que iria substituir o Alter Turbo!
Pelo menos existe um desse a circular de um membro do Clube UMM
Vale a pena ver ;)
Cumprimentos
A DVLA do Reino Unido indica que estão registados oito UMMs em território britânico.Não fornece moradas, mas merece uma investigação. Um "jipe da bófia" em terras de sua magestade!...
Será que têm volante à direita?
Ultima hora:
Informação sobre o UMM em Inglaterra:
http://www.difflock.com/buyersguide/pastmasters/umm/index.shtml
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