Nem quero falar sobre eventos mundialmente conhecidos em Inglaterra, nem das suas feiras imensas frequentadas por entusiástas de todo o mundo, local único onde podemos contactar com peças exclusivas feitas por artesãos que ficaram na História.
Não. Convido-os a olhar para esta foto. Reparem como o motociclismo está entregue ao povo. Em como o " vizinho do lado" ou o "amigo manel" se entregam a um convívio salutar entre homem e máquina. Em como a moto substituiu o jogo de cartas na associação de reformados. Ou um olhar perdido numa qualquer marquise sem expectativa ou esperança.
Reparem como diversos tipos de mota e de proprietários se alinham como amigos em franca camaradagem. Sem passar cartão a quanto custou esta ou aquela moto, nem dividi-las em "classes" .
Não há aqui ostentação. Apenas saborear um "rodar de punho" entre amigos. Esta foto foi tirada num simples evento local, onde meia-dúzia de entusiastas se lembrou de trazer umas motazitas que tinham lá em casa. E divertirem-se.
Possuir uma moto clássica em Inglaterra, é chamar a si um pouco da História a que todos julgam genuínamente que têm direito. É exigir pertencer a um tempo e a uma terra. A uma identidade. É precisar de algo que sem a qual sabemos ser imediatamente excluídos das conversas. E não o contrário.
É perdermo-nos nas horas, substituindo Ronaldos e Casa Pias , Big Brothers e Telenovelas, por argumentos indestrutíveis acerca de Brough Superiors e Vincents. É fazer gestos com as mãos a explicar carburadores de Ariel e BSA. Tudo forrado a Stella ou Boddingtons. É discutir Nortons e Triumphs ou Enfields e Coventry Climaxs sobre alcatifas peganhentas, com a BBC2 em fundo.
A regra é TER uma moto clássica. Se não tivermos uma moto clássica, para utilizarmos como pretexto para uma roda de amigos e despejar umas Carling, então " What the hell are you thinking about ,mate?
Apenas apreciem esta foto.
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